PT promove a anistia política antes do processo judicial

Denunciado pelos próprios assentados, José Rainha acabou por ter seu crime de desvio de dinheiro público destinado à reforma agrária,  apurado e confirmado pela Polícia Federal. Por isso, está preso.

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

Não é a primeira vez e a acusação é baseada em provas técnicas. É surpreendente, pois, que o ministro Gilberto Carvalho, Secretário-Geral da Presidência da República, advogue sua inocência antes mesmo de uma decisão judicial definitiva.

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De 1997 para cá, Rainha já esteve preso sob acusação de assassinato, porte ilegal de arma, formação de quadrilha, incitação à violência, incêndio e furto. No total, cinco prisões, mais a efetuada nos últimos dias.

Expulso do Movimento dos Sem Terra (MST), formou uma dissidência - o MST de Base. Agora, por desvio de dinheiro.

Por estar na ante-sala da presidente Dilma Rousseff, a defesa de Carvalho se confunde com a de governo, algo que precisa de imediato esclarecimento: por quem fala o ministro?

O conteúdo da defesa também é questionável por se tratar de uma admoestação às instâncias policial e judicial: "A Lei assegura aos acusados o direito de defesa e os preserva de condenações açodadas, antes do devido processo legal".

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Por mais que diga que não pretendeu se imiscuir no processo de investigação, foi exatamente isso que fez o ministro. O açodamento, no caso, foi seu, dado que não há qualquer evidência de negação dos direitos de Rainha.

O fato remete a outro, o do prefeito de Campinas, Dr. Hélio (PDT) que, sob investigação do Ministério Público Estadual, elegeu públicamente seus advogados: o ex-presidente Lulae o ex-ministro José Dirceu.

Assim como o PT cuida de anistiar suas lideranças políticas arroladas no processo do mensalão. Trata-se de um novo mecanismo, o da absolvição política, a preceder o processo judicial, numa tentativa de influir no curso dos julgamentos.

É de se perguntar, onde está o açodamento.

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