A Etco e o Fórum Nacional de Combate à Pirataria (FNCP) pedem o comprometimento do futuro governo com a causa do combate ao comércio irregular de produtos, que abrange amplo segmento econômico, desde a indústria do software até a de brinquedos, passando pela de higiene, cosméticos, confecções, cigarros, bebidas, e muitos outros.
Alguns números por segmento mostram a gravidade da situação. O mercado de perfumes ilegal, por exemplo, rende aos falsificadores R$ 2,45 bilhões, praticamente o mesmo valor obtido pelo mercado legal, que é de R$ 2,5 bilhões. No segmento limpeza, a cifra vai a R$ 2,24 bilhões e a indústria de óculos perdeu cerca de R$ 8 bilhões com a concorrência ilegal.
Segundo o roteiro das duas instituições, o combate eficaz ao comércio irregular envolve desde uma política de intercâmbio com países vizinhos até a simplifcação do sistema tributário para enfrentar a sonegação.
O presidente do Etco, Evandro Guimarães, explica que a pirataria age corrosivamente em todos os níveis de produção. "Uma ação eficaz é necessária para diminuir esse problema que afeta a saúde, segurança, educação, arrecadação, empregos, indústria e comércio" enfatizou.
A indústria da falsificação está interligada à rede criminosa diversificada no país, interagindo com a corrupção, o tráfico de drogas e de armas e a lavagem de dinheiro e só a evasão fiscal no segmento de cigarros este ano foi estimada em R$ 4,5 bilhões.
No total, o comércio clandestino movimenta R$ 782 bilhões/ano no Brasil, valor correspondente ao quarto maior PIB da América Latina, atrás somente do Brasil, México e Argentina.