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Petista promete greve de fome contra intervenção no Maranhão

Por João Bosco Rabello
Atualização:

Dutra acusa Roseana de usar a máquina pública para cooptar o PT. Foto: Dida Sampaio/AE

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O deputado Domingos Dutra (PT-MA) ameaça fazer greve de fome se houver intervenção do PT nacional no Maranhão para retirar o apoio do partido à candidatura do deputado Flávio Dino (PCdoB) .

A aliança foi selada no dia 27 de abril, quando por 87 votos a 85 o diretório estadual preferiu  Dino à governadora Roseana Sarney (PMDB), que busca o quarto mandato.

Dutra acusa o senador José Sarney (PMDB-AP) de pressionar o presidente  Lula  e o diretório nacional a anular a decisão do dia 27.

A estratégia seria colocada em prática no próximo dia 22 de maio, quando um segundo encontro estadual vai definir os candidatos a vice-governador, senador, deputados federais e estaduais.

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Há dois candidatos à vaga de vice-governador: Terezinha Fernandes, uma das fundadoras do PT no Estado, que reivindica a vaga na chapa de Flávio Dino. E Washington Luiz, ex-deputado federal, que disputa o posto na chapa de Roseana.

O golpe articulado pelos petistas pró-Roseana seria eleger Luiz e, com isso, pedir a anulação do resultado anterior, alegando que a maioria teria aderido à aliança com o PMDB.

Dutra acusa Roseana de usar a máquina pública para cooptar o PT. Nos quinze dias que antecederam o encontro do dia 27, ela nomeou dois petistas para seu secretariado.

No dia 20 de abril, Anselmo Raposo assumiu a Secretaria de Educação, um dos maiores orçamentos do governo.

Uma semana antes, outro petista, Edmilson Santos, tomou posse como secretário de Desenvolvimento Social.

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Um dos fundadores do PT no Estado, Dutra acompanhou Lula nas Caravanas da Cidadania, em 94, quando percorreram o Maranhão de Caxias a Imperatriz.

"Comemos muito camarão juntos", lembra.

Em 1996, Dutra elegeu-se vice-prefeito de São Luís na chapa encabeçada por Jackson Lago (PDT). Em 1998, perdeu a eleição ao governo para Roseana.

"Se tiver intervenção eu faço greve de fome. É um ato de legítima defesa. Ou respeitam nossa decisão, ou me expulsam do partido, ou eu morro de fome", adverte Dutra.

Se depender de Lula, vai morrer de fome. Pelo menos, a julgar pela posição do Presidente no episódio do cubano Orlando Zapata, morto após 85 dias em greve de fome.

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Ao considerá-la uma "insanidade", Lula disse lamentar profundamente que uma pessoa "se deixe morrer por uma greve de fome".

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