Quando solicitou a audiência a Lula, o vice-governador já tinha em mente a renúncia, que começou a se materializar com a recusa pública de seu partido, o DEM, em apoiá-lo.
Paulo Octávio esperou, até aqui, que o governador afastado, José Roberto Arruda, se antecipasse à votação de seu impeachment pela Câmara Distrital, e também renunciasse.
Com ambos de fora, estaria aberto o caminho para o terceiro na linha sucessória, o presidente da Câmara, Wilson Lima. O movimento tenta reforçar o clima contra a intervenção federal.
Mesmo preso, Arruda é o governador do Distrito Federal. Se tiver a prisão preventiva relaxada, pode reassumir o governo.
Como seu impeachment é inevitável, deve optar pela renúncia, o que também é de seu interesse.
Uma intervenção representará uma devassa na sua administração, que pode ser ainda mais devastadora para quem já está preso.
O vice também prefere reduzir a exposição que o cargo lhe impõe para retomar seus negócios e preservar seu império empresarial envolvido nas mesmas denúncias que depuseram Arruda.
Definitivamente, o sonho de governar Brasília transformou-se em pesadelo para Paulo Octávio.