O partido se reconhece inferiorizado na parceria histórica com o PSDB, sem condições de se impor na escolha do vice ou da estratégia de campanha. "Não produzimos nada nesses anos todos, estamos como aquela dona-de-casa que se deu conta tarde demais de que podia ter vôo próprio. Agora, resta ficar passivo no casamento". O diagnóstico é de uma das mais experientes lideranças do partido e reflete o estado de espírito geral.
Há pouco, no plenário, o líder do partido no Senado, José Agripino (RN), sintetizava esse quadro ao responder sobre a chapa ideal para a aliança com o PSDB. "Nós queremos a vitória", tangenciou.
A conversa foi motivada pelas declarações do governador de Minas, Aécio Neves, de que ele e o governador paulista, José Serra, podem se entender após uma conversa que têm agendada para sexta-feira. Agripino - ele próprio cotado para vice - defendeu a chapa puro-sangue tucana e apelou para que Serra e Aécio façam uma escolha lúcida.
Trocando em miúdos, se já não tinha muita força na parceria, depois do escândalo Arruda o partido entrou em crise. O papel de oposição foi fatal aos democratas, que sucumbem à ausência do poder.