A imagem do principal executivo do grupo empresarial de Paulo Octávio, o seu braço direito, Marcelo Carvalho, nos vídeos de Durval Barbosa, torna inviável a estratégia de blindá-lo, como deseja o DEM. Mais que isso, a OAB considera que todas as circunstâncias até aqui apresentadas não deixam dúvida quanto ao papel de cúmplice do vice-governador em todo o esquema Arruda.
"Não é razoável concluir que todos esses fatos envolvendo a participação de parcela do governo e empresas prestadoras de serviço ao GDF tenham ocorrido sem o conhecimento do vice governador".
Noutro trecho diz: "...estes indícios de prova conferem suporte suficiente para a iniciativa da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Distrito Federal, instaurar processo de crime de responsabilidade também contra o Vice-Governador, considerando que todas as práticas delituosas apuradas no inquérito envolve uma parcela significativa de secretários de estado, servidores e parlamentares intimamente ligados com a figura do vice governador Paulo Octávio.
O pedido de impeachment a ser protocolado na segunda-feira é avalizado pela OAB nacional. Sem dúvida, é um documento técnico, feito com base nos autos do processo que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que complica muito a situação do vice-governador. Senão do ponto-de-vista jurídico, com certeza do político. Mesmo imune às gravações de Durval Barbosa, o vice-governador tem sua participação no processo evidenciada, no mínimo, como conhecedor do esquema.
Dificilmente o desfecho desse processo o contemplará como substituto constitucional de Arruda. Guardadas as proporções, fica tão inviável quanto o terceiro na linha sucessória, Leonardo Prudente (PMDB), presidente da Câmara, flagrado com dinheiro nas meias, para assumir o governo. Como o Tribunal de Justiça do Distrito Federal está se explicando ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), seu presidente também fica em condição desfavorável para assumir o cargo em caso de vacância.
Resta lembrar que em vistoria recente, o CNJ constatou várias irregularidades no TJDF e cobrou justificativas para práticas aparentemente injustificáveis.
É feia a coisa em Brasília: de bom, a assepsia; de ruim, a extensão a toda a linha sucessória natural,do envolvimento com o escândalo. E, pior ainda, a situação da população que já se sente órfã de governo.