João Bosco Rabello
27 de janeiro de 2010 | 18h32
O presidente Lula cumpre hoje no Recife, com a ministra Dilma Rousseff a tiracolo, mais uma etapa da campanha eleitoral disfarçada de agenda oficial de trabalho. Chega com um quadro esmagadoramente favorável, de 100% de aprovação, que se somam aos 76% de seu anfitrião e aliado, o governador Eduardo Campos, do PPS.
Lula e Dilma durante cerimônia de inauguração em PE. Foto: Ed Ferreira/AE
É a décima visita de Lula, e a nona de Dilma, ao Estado no espaço de um ano.
O presidente encontrará uma base aliada entre cética e apreensiva em relação a uma provável candidatura do senador e ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), segundo colocado nas pesquisas para o governo estadual, para o qual Campos hoje tem reeleição garantida.
Jarbas protela o anúncio para fazê-lo coincidir com o de José Serra à Presidência da República. Se concorrer, a vitória será um objetivo secundário: com quatro anos de mandato de senador ainda por cumprir, entraria no jogo com a missão específica de abrir um palanque para o candidato do PSDB no Estado.
Muitos não acreditam que Jarbas se disponha a tal missão, por entenderem que o risco de uma derrota eleitoral que manche sua biografia de político vitorioso é alto.
O curioso, porém, é que os altos percentuais de aprovação de Lula e Campos fazem com que até aliados do governador torçam para que o adversário se lance candidato.
Raciocinam que tanta popularidade, sem um rival, dá a Campos poder quase absoluto nas negociações em torno das alianças regionais.
Com a entrada de Jarbas em cena, ganham maior poder de barganha e podem ser mais impositivos na escolha de candidatos e no estabelecimento das bases para um apoio ao governo.
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