O raciocínio de Arruda ao licenciar-se foi o de formalizar no cargo o vice, Paulo Octávio, e, com isso, desconstruir o diagnóstico de acefalia e desordem com o qual a Procuradoria-Geral justificou o pedido de intervenção.
Imediatamente, a OAB entrou com o pedido de impeachment de Paulo Octávio, investigado também pela operação Caixa de Pandora, para reforçar o que já está visível: o vice de Arruda não representa estabilidade política.
A Câmara Distrital, que decidira apressar o impeachment de Arruda, para sair do foco da crise, e evitar a intervenção, vai ter que ir além disso, votando também o de Paulo Octávio, se quiser que sua estratégia tenha alguma chance.
Para isso, considerando a vulnerabilidade do vice, precisa fazer o processo chegar ao terceiro na linha sucessória, o seu presidente, deputado Wilson Lima, aliado de Arruda.
Além do risco de prováveis auditorias no governo, que inevitavelmente atingirão a maioria da base aliada a Arruda, a intervenção abre caminho para instalar um outro debate, inconveniente a todos os atores em cena: o fim da autonomia política do DF.
Idéia que já encontrava receptividade em boa parte da população e que agora deve ter mais adeptos.