João Bosco Rabello
15 de janeiro de 2010 | 21h49
Em campanha eleitoral, um gesto (ou a falta de), uma palavra, uma frase infeliz, qualquer um desses deslizes pode ser fatal a um candidato. A história política brasileira é pródiga em exemplos.
A entrevista do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, à revista Veja, prevendo mudanças no modelo econômico em caso de vitória nas eleições presidenciais, inclui-se entre essas sandices vetadas a políticos com sua experiência.
Guerra pregou a mudança de uma política econômica da qual os tucanos reivindicam a paternidade para retirar ao governo Lula o mérito integral pelo êxito de sua gestão.
Mais que isso, deu à tese ares de anúncio. Fez do PSDB uma ameaça à estabilidade econômica, papel reservado ao PT na primeira eleição de Lula, que lhe impôs um compromisso público de não mudar o modelo de seu antecessor.
Além da hora errada, o homem errado: economia é assunto que o PSDB deve reservar ao seu candidato, quando for oportuno tratar do tema. Sob pena de José Serra, daqui a pouco, ter de fazer a sua versão da “Carta aos Brasileiros”.
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