Como Larissa é do PSB e Mossoró não é capital, resta a probabilidade de a presidente ter decidido participar por se tratar de cidade estratégica, tradicional reduto do DEM e especialmente importante para o senador José Agripino (DEM), a quem Lula dedicou especial empenho em derrotar, sem êxito, por considerá-lo um dos artífices da extinção da CPMF em seu governo.
A candidata de Agripino e da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) é Cláudia Regina que, embora em segundo lugar nas pesquisas, está nos calcanhares da líder.
O fato de Larissa ter por vice o petista Josivan Barbosa amenizou o ciúme dos dirigentes petistas, que estão em guerra declarada com o governador Eduardo Campos, padrinho da candidatura, após o rompimento das alianças entre PSB e PT em Belo Horizonte e Recife.
Mas Dilma obteve o descontentamento do PMDB. O ministro Garibaldi Alves, da Previdência Social, e o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, estão com o DEM na cidade. Mossoró é o segundo maior município do Rio Grande do Norte e desponta como um dos principais arrecadadores de royalties de petróleo. Em 2011, esse valor chegou a R$ 392 milhões.
Dilma também gravou declaração de apoio para a senadora Vanessa Grazziottin, candidata do PC do B em Manaus. Não por mera coincidência outra capital em que o líder nas pesquisas, Arthur Virgílio (PSDB), é um adversário visceral do PT e foi um dos alvos escolhidos por Lula para derrotar nas eleições passadas.
Dilma está dentro das campanhas e sujeita, portanto, aos efeitos positivos e negativos que elas produzirem. Com mais visibilidade em São Paulo e MInas, mas também em outras regiões em que escolheu entrar.