Escolha de Odair Cunha é vitória política de Ideli e Chinaglia

A escolha do vice-líder do governo, Odair Cunha (PT-MG), para o cargo de relator da CPI do Cachoeira é uma vitória política da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e do líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP). É uma derrota dupla do grupo do ex-líder Candido Vaccarezza (PT-SP)- substituído por Chinaglia- , contribuindo para alimentar a divisão interna na bancada do PT da Câmara.

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

De uma tacada só, Ideli e Chinaglia vetaram a indicação de Vaccarezza, nome que tinha a simpatia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao mesmo tempo, conseguiram afastar do páreo o paulista Paulo Teixeira, antecessor de Jilmar Tatto (PT-SP) na liderança da bancada.

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Paulo Teixeira era visto como um ponto de equilíbrio, uma alternativa aos outros dois nomes, que representam os dois extremos da bancada. Se Vaccarezza tinha o apoio da corrente majoritária (Construindo um Novo Brasil) e de Lula, e Odair Cunha o aval de Chinaglia e Ideli, "Paulinho Teixeira" transitava com diplomacia entre os dois grupos. Ele se aproximou bastante de Ideli durante o seu mandato de líder da bancada, no ano passado. Por outro lado, mantinha bom relacionamento com o grupo de Vaccarezza.

O mais inusitado é que se atribui a Odair a convocação de Ideli na reunião da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, há duas semanas, para dar explicações sobre a compra irregular de lanchas durante sua gestão no Ministério da Pesca. Ele era o vice-líder escalado por Chinaglia para evitar problemas com votações naquela reunião. Mas cochilou e a convocação acabou aprovada.

 

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