Depois de identificar o PT como agente das transformações no País nas duas últimas décadas, mostra Lula e Dilma, lado a lado, pregando a continuidade.
Ao lado do presidente, ela faz um convite ao telespectador (eleitor): "Venha com a gente, vamos continuar mudando o Brasil".
Não há outra tradução para esse "convite" senão a de um pedido de voto. A peça pretendeu passar uma mensagem subliminar, mas acabou explícita.
O que torna a legislação que proíbe a campanha antecipada uma mera peça de ficção.
Some-se à propaganda as imagens levadas ao ar, diariamente, pelos jornais televisivos, com Lula e Dilma em palanques de inauguração de obras, fazendo discursos eleitorais, e fica impossível dar outro nome a isso senão o de campanha eleitoral.
Não fosse pelo uso da estrutura do Estado para essa óbvia campanha antecipada, indiscutívelmente cara e patrocinada pelo contribuinte, até seria admissível considerar essa discussão uma bobagem.
Afinal, é hipocrisia disfarçar o que todos sabem: que Dilma é a candidata do PT apoiada pelo presidente da República e que terá por adversário principal o governador José Serra.
E que todos, de uma forma ou de outra, tentam dar visibilidade a seus feitos e comparam suas gestões.
Mas nada disso dá ao Presidente o direito de revogar a Lei na marra.