Dias, apoio de Requião para não disputar o Senado. Foto: Celso Junior/AE
A movimentação de Requião visa a proteger sua eleição ao Senado, para a qual compete contra adversários fortes, como Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP).
Mas o pior adversário será o próprio Osmar Dias, se desistir de concorrer ao governo do Estado, como já acenou mais de uma vez.
Se o fizer, concorrerá com apoio do líder nas pesquisas ao governo estadual, Beto Richa, ex-prefeito da capital paranaense.
Dias faltou à reunião da Executiva Nacional do PDT, ontem, em Brasília, o que realimentou as especulações sobre sua desistência em relação ao governo.
Ele tem o apoio do presidente Lula, que trabalha para manter o PT unido em torno de seu nome, por achar que Dias é quem pode enfrentar Richa com chances de vitória.
O presidente acha que Pessuti, vice e sucessor de Requião não tem cacife eleitoral para vencer o ex-prefeito de Curitiba, embora insista nisso.
Na reunião do PDT, ventilou-se que Pessuti estaria perto de renunciar à disputa e que teria pedido uma semana de prazo a Osmar Dias para ver o resultado de uma última pesquisa encomendada pelo PMDB.
No entanto, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) afirma que os diretórios estadual e nacional do PMDB estão firmes no apoio a Pessuti.
Segundo ele, Pessuti será candidato a governador, com ou sem o apoio do PT. "O PMDB tem metade dos votos do Estado. Já elegemos cinco governadores. As bancadas federal e estadual do PMDB estão com Pessuti. Ele não vai correr agora", afirma Loures.
E completa dizendo que o PMDB dará palanque a Dilma no Estado, mesmo se tiver Osmar Dias como adversário.
Outro problema para a candidatura de Osmar Dias é a configuração da chapa. O PDT quer que o PT indique a presidente do partido no Estado, Gleisi Hoffmann, para a vaga de vice na chapa de Dias.
Mulher do ministro Paulo Bernardo, Gleisi quer se candidatar ao Senado, contra a vontade do PDT que precisa das vagas de senador disponíveis para negociar com outras legendas.
Além disso, segundo um pedetista, "Gleisi não tem chances eleitorais para o Senado e a prova disso seria a votação abaixo de 20% obtida na campanha para a prefeitura de Curitiba: perdeu para Richa que teve mais de 70% dos votos.