Este foi o passo mais difícil para abrir caminho ao projeto de Aécio Neves de pacificar a legenda e viabilizar o seu nome como candidato do PSDB à presidência da República em 2014. A cúpula buscava um nome que agradasse os paulistas e fizesse a aproximação com os mineiros. Aécio conta com Mendes Thame para implantar o "choque de gestão" que prepara para o partido, inspirado na reestruturação administrativa que promoveu quando era governador de Minas Gerais. O objetivo é turbinar cargos hoje sem visibilidade - como as cinco vice-presidências -, delegar atribuições e, desta forma, ampliar o leque de aliados no comando nacional do partido.
A secretaria-geral é o segundo cargo na hierarquia tucana, abaixo da presidência, porque o seu titular comanda a máquina partidária. É tradicionalmente ocupada por um deputado federal e outros nomes estavam cotados ao lado do de Mendes Thame. Havia um consenso para que fosse um nome de São Paulo, para neutralizar as resistências a Aécio. Foram lembrados os deputados Emanuel Fernandes, Vaz de Lima e Vanderlei Macris.
O nome de Emanuel Fernandes chegou a ser dado como certo, mas ele pediu para não continuar na Executiva por motivos pessoais. Um dos atuais vice-presidentes, ele foi prefeito de São José dos Campos e secretário de Planejamento, sendo apontado como aliado de Alckmin. Além das razões de foro íntimo, havia o fato de que Fernandes tornou-se réu em ação penal em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
O atual formato da Executiva do PSDB contempla, na prática, apenas três cargos com visibilidade e funções definidas: a presidência, a primeira vice-presidência e a secretaria-geral. Pelo novo modelo em gestação, outros cargos seriam valorizados, como o primeiro-secretário e os cinco vice-presidentes. A ideia é distribuir responsabilidades por áreas, como Comunicação Social, Relações Institucionais, Relações Internacionais, entre outras, como já ocorre em outros partidos.
Na atual gestão, o presidente, deputado Sérgio Guerra (PE), e o secretário-geral, Rodrigo de Castro (MG), são ligados a Aécio, enquanto o primeiro vice-presidente, Alberto Goldman, é mais próximo de Serra. Na futura gestão, a ideia é acomodar mais nomes de São Paulo, para diluir as resistências ao mineiro.
Assim há a intenção de manter na Executiva o ex-governador Alberto Goldman. Outro nome que pode compor a futura gestão é o vereador Andrea Matarazzo, também ligado a Serra. Matarazzo retirou a sua candidatura à presidência da Executiva Municipal em São Paulo, depois de acusar secretários de Alckmin de usarem a máquina estadual para influenciar o resultado da disputa e derrotá-lo.