João Bosco Rabello
30 de outubro de 2010 | 17h00
Com as pesquisas na berlinda, um clima de suspense em relação ao comportamento do eleitorado de Minas e São Paulo, a incógnita dos indecisos e o risco de abstenções altas em todas as regiões, a eleição chega hoje ao seu final com cenários especulativos sobre o futuro quadro político.
Como a política nem sempre tem leitura linear é o DEM – curiosamente o partido dado como extinto (ou “extirpado”como prefere o presidente Lula) – que centraliza a contabilidade dos especialistas partidários.
Subtraído em mais da metade no Senado e reduzido a 43 deputados na Câmara – o que não lhe dá a possibilidade sequer de pedir verificação de quórum -, o Democratas fez as contas e se dará por extinto em caso de vitória de Dilma Rousseff, para fundir-se ao PMDB.
Uns preferem o termo “incorporação”, o que pouco importa para o objetivo estratégico, que é tornar o partido do vice de Dilma majoritário na aliança com o PT.
Nesse caso, avaliações preliminares internas indicam que 30 dos 43 deputados eleitos migrariam para o PMDB invertendo a supremacia na Câmara, hoje do PT. Os 13 restantes, por razões regionais, tenderiam a juntar-se ao PSDB.
No Senado, os seis Democratas não teriam maiores dificuldades em engordar o PMDB, uma vez aprovada uma decisão majoritária nessa direção.
Em caso de vitória de José Serra, tudo fica como está, na convicção geral de que o PMDB não teria o menor constrangimento em mudar de lado. “Uma metade viria logo, a outra seria só uma questão de tempo”, sintetiza um tucano.
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