É importante ressaltar que a decisão não absolve Palocci - apenas evita a investigação e, por isso, não afasta as suspeitas de tráfico de influência, a mais branda entre outras formuladas no meio político, como a de caixa dois da campanha.
O Ministério Público do DF tem investigação paralela, de natureza cível, à qual Gurgel se refere em seu texto pelo arquivamento, lembrando que decidiu apenas contra ação penal.
Na verdade, a decisão de Gurgel parece tratar menos do interesse do governo e da sociedade e mais de sua determinação de ser reconduzido ao cargo, o que depende exclusivamente da presidente Dilma Rousseff.
Um dos sinais de persistência da crise é que a bolsa de apostas sobre a sucessão na Casa Civil continua aberta em Brasília. Muitos acreditam que a decisão da PGR pode dar a Dilma o tempo de que precisa para reestruturar a articulação política - tarefa mais difícil do que demitir Palocci.