Collor lidera em Alagoas e desconstrói aliança de Lula e Renan

PUBLICIDADE

Por João Bosco Rabello
Atualização:

Lula previa Collor pedindo votos para Lessa e Renan. Foto: Celso Júnior/AE - 03.08.2009

PUBLICIDADE

Nem o presidente Lula, na recente visita a Alagoas (na última quarta-feira), conseguiu colocar ordem na casa, para reunir a base aliada em torno de uma candidatura única ao governo.

O senador Fernando Collor (PTB) segue irredutível em sua decisão de concorrer à sucessão do governador Teotônio Vilela (PSDB), contrariando Lula que havia articulado uma chapa encabeçada pelo ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), com Renan Calheiros (PMDB)  candidato à reeleição.

O palanque montado por Lula previa Collor pedindo votos para Lessa e Renan, já que o petebista desfruta de alta aprovação no Estado e tem mandato até 2015. Mas o ex-presidente armou-se de pesquisas para desarranjar o tabuleiro.

Os últimos levantamentos mostram Collor na frente, com 38% das intenções de voto, contra 33% de Lessa e 22% de Vilela. De posse desses números, ele tenta convencer Lessa a desistir da disputa para apoiá-lo.

Publicidade

Em troca, ofereceu ao pedetista uma vaga no futuro secretariado e a indicação do vice em sua chapa.

Collor deseja formar uma ampla coalizão, reunindo PMDB e PDT em torno de sua candidatura. Por ora, avança praticamente isolado no Estado, com o apoio solitário do PRB (partido do vice-presidente José Alencar).

Mas o isolamento partidário nunca constrangeu Collor, apesar de responder parcialmente pela crise que o tirou do Planalto.

Em 1989, fundou o Partido da Reconstrução Nacional (PRN) para candidatar-se à Presidência da República. E fez o mesmo em 2006: lançou-se candidato ao Senado na última hora por um partido nanico, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB).

Em 28 dias, lançou-se candidato e arrebatou a única vaga, derrotando o então favorito, Ronaldo Lessa. Dois dias depois da posse, mudou-se para o PTB.

Publicidade

Collor percorre as cidades do interior com o deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB) a tiracolo, apresentando-o como seu candidato a vice-governador. Oligarca alagoano, Beltrão tem ampla base eleitoral e é cria política de Renan.

A iniciativa irritou Renan, que preside o diretório alagoano do PMDB e já se comprometeu com Lula e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a formar a aliança PMDB-PDT no Estado. "É ele ou eu. Se ele for candidato a vice, não serei ao Senado. E essa hipótese não existe", declarou Renan.

De fato, como presidente do diretório alagoano, Beltrão só seria vice de Collor se Renan formalizasse a indicação. O desfecho desse xadrez ainda é uma incógnita. Mas é mais fácil Lessa desistir da disputa, do que Collor ceder.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.