O que inclui como possibilidade de imolação o casamento com o PSDB em São Paulo, já com razoável longevidade.
Até aqui restrito a ambientes sem testemunhas, o diálogo do governador com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) abriu uma brecha na privacidade para se desenvolver pelos jornais, desde que o PSB sinalizou para a possibilidade de não apoiar o governador tucano Geraldo Alckmin, na sua tentativa de reeleição em São Paulo.
Ambos falam para seus públicos internos, daí a opção pelo tratamento público do caso específico paulista, o que indica também que não há decisão tomada.
A declaração de Campos tem o estilo mineiro de fazer política, pois permite interpretações distintas, conforme o desejo do freguês.
Ao integrante do PSB contrário ao rompimento com Alckmin pode ocorrer a leitura de que a preservação da aliança com os tucanos é benéfica para o projeto presidencial de Campos.
Da mesma forma, à Rede é autorizado interpretar a frase do pernambucano como reafirmação da influência de Marina proporcional ao seu peso eleitoral na chapa à Presidência.
O governador, enquanto isso, ganha tempo para ver como pode obter o melhor desfecho para a circunstância.
Desde o início da discussão, um fato já reduziu o impacto da decisão de Marina: sua indicada, a deputada Luiza Erundina, disse que não quer disputar o governo estadual e firmou-se na meta de buscar a reeleição à Câmara.
As alternativas a ela são menos competitivas, o que dá argumento à corrente do PSB contrária ao rompimento com Alckmin para contestar a reivindicação da ex-senadora.
O tempo, pois, agiu em favor da aliança com Alckmin, o que mostra a importância de administrá-lo, como doutrinava sempre o ex-deputado Ulysses Guimarães.
Há outras variáveis atuando como é próprio da dinâmica política. No Rio, o PSDB passa a considerar a possibilidade de apoiar o candidato do PMDB, diante da recusa do treinador de vôlei, Bernardinho, convidado para encarnar a candidatura própria dos tucanos no Estado.
Em Pernambuco, o PSDB já está no governo de Campos, o que deve levar a uma recíproca em Minas, restando a Marina insistir em São Paulo e Paraná.
Nada está descartado, pois o jogo está no primeiro tempo. O mau humor do PMDB com o governo tem nome - PT - e tem origem na disputa que ambos travam pela capilaridade nacional, que abrange posições estaduais e municipais.
O partido, longe de romper com Dilma, sinaliza para um comportamento regional distanciado da aliança nacional, por isso briga agora por ministérios, pois eles influem no processo eleitoral.
Essa é outra variável que PSDB e PSB acompanham e que podem determinar ajustes regionais que facilitem o entendimento de Aécio e Campos com seus públicos internos.