Bases fecham com Dilma, mas tempo de TV vai para Serra

Enquanto o PSDB negocia o apoio do PTB, PP e PSC à campanha de José Serra, as bases desses partidos avançam em franca rebelião.

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

Contrariando a orientação dos dirigentes partidários, que ainda não definiram com quem vão marchar na campanha, os líderes do PTB, PP e PSC compareceram ao jantar de apoio a Dilma Rousseff na última segunda-feira.

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O encontro, que aconteceu na casa do deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), reuniu 11 líderes de bancadas na Câmara. Todos se comprometeram a apoiar a campanha de Dilma. Entre líderes do PT e PMDB, que fazem parte do comando da campanha petista, lá estavam os líderes do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), do PSC, Hugo Leal (RJ), e do PP, João Pizzolatti Júnior (SC).

As atitudes mais ousadas foram as de Jovair e de Leal, já que os presidentes de seus partidos dialogam abertamente com o comando da campanha de Serra. O presidente nacional do PTB e delator do Mensalão federal, ex-deputado Roberto Jefferson, e o presidente do PSC, Vitor Nósseis, compareceram, inclusive, à festa de lançamento da pré-candidatura de Serra em Brasília no último dia 10.

O reforço de Pizzolatti, do PP, é um trunfo, porque o catarinense é um dos expoentes da bancada do agronegócio, a maior da Câmara. Mas embaralha o jogo, porque nos bastidores, o nome do presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), é um dos cogitados para a vaga de vice na chapa de Serra, caso Aécio Neves não assuma o posto.

Mas quais as consequências dessa rebelião? Primeiro, que a eventual aliança dos tucanos com PTB, PP e PSC não significa que prefeitos, deputados e militantes dessas siglas vão abraçar de corpo e alma a campanha de Serra.

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Em compensação, a adesão formal dessas siglas à frente tucana significa um reforço de, pelo menos, dois minutos e meio ao tempo de propaganda no rádio e na tevê. Sem elas, a aliança PSDB-DEM-PPS conta com seis minutos no horário eleitoral. Com elas, esse tempo sobe para oito minutos e meio.

A principal expectativa cerca o PP, que pode somar um minuto e dez segundos à campanha televisiva. Mas é um passo complicado, porque o partido controla o Ministério das Cidades. E o titular da pasta, o ministro Márcio Fortes, está à frente de duas vitrines de Dilma: os PACs do Senamento e da Habitação e o Minha Casa, Minha Vida.

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