Em princípio, pode ser interpretada como uma estratégia de dar governabilidade ao vice, Paulo Octávio, com o objetivo de evitar a intervenção federal já solicitada ao STF pelo Procurador-Geral, Roberto Gurgel.
A carta é megalômana. Nela, se compara a Getúlio Vargas para dizer que nenhum outro episódio da história política brasileira, nem mesmo os de agosto de 54, foi tratado com tanta severidade quanto o seu.
Reclama isonomia de tratamento com os réus do mensalão do PT e com a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, como ele mergulhada em denúncias de corrupção. Nem o impeachment de Collor é comparável, segundo escreveu.
São medidas coercitivas, segundo ele, que revela ter se oferecido ao STJ ontem para um novo depoimento, que o ministro-relator do caso, Fernando Gonçalves, considerou desnecessário.
Se diz vítima de campanha difamatória e pede a reforma da legislação eleitoral brasileira por criar um cenário "onde o importante não é seguir a Lei, mas saber ludibriá-la".
No texto, empossa seu vice, Paulo Octávio, a quem pede que conduza até o final as obras iniciadas sob sua gestão.
Trata-se de um texto calculado para surtir efeito político. Cada palavra foi cuidadosamente pensada a ponto de transferir para vândalos anônimos os delitos de seu governo.
Não vai dar certo. Desfez-se a possibilidade de volta ao governo. A prisão é o fim da autoridade política do governador e da carreira de Arruda.