Foto do(a) blog

Crônicas sobre política municipal. Cultura brasileira local sob olhar provocativo | Colaboradores: Eder Brito, Camila Tuchlinski, Marcos Silveira e Patricia Tavares.

Prefeito de Lins assume, oficialmente, a homossexualidade

Sábado, 04 de março de 2017. Século XXI. E o Brasil tem seu primeiro prefeito gay, oficialmente. Edgard de Souza foi eleito quatro anos atrás e seus eleitores sabiam sobre sua sexualidade. Porém, só agora, ele decidiu se casar com direito a cerimônia de registro civil. O marido dele é o empresário Alexsandro Luciano Trindade, com quem tem um relacionamento de 13 anos. A diversidade na celebração foi além: houve um ato ecumênico que reuniu representantes de quatro religiões diferentes, como da Igreja Católica, evangélica, espírita e candomblé. Essa foi a forma que os noivos adotaram para ampliar o exemplo de tolerância.

PUBLICIDADE

Por Camila Tuchlinski
Atualização:

"O casamento entre pessoas do mesmo sexo por si só já é um ato político. É uma forma de reafirmar nossos direitos. Nos tornamos cidadãos plenos, e não pela metade. Acho que a pessoas carecem de referências positivas, e nós queremos ser isso", destacou o prefeito de Lins.

PUBLICIDADE

Ao saber da notícia, um amigo meu disse: "Cara, é preciso ser muito macho pra assumir isso sendo prefeito de uma cidade". E aí, fiquei pensando...por que? Porque no Brasil, infelizmente, admitir uma posição que foge à regra, a tradição e a crenças tão arraigadas causa espanto. No pior grau, motivo de chacota ou comentários pejorativos. Não só em relação à homossexualidade, mas a própria espiritualidade.

Edgard assumiu a prefeitura de Lins em 2012. Na época, sofreu diversos ataques políticos por causa da orientação sexual. Ao invés de desanimar, ele decidiu assumir publicamente que era gay durante um comício na campanha eleitoral. E, na vida pública, os brasileiros sentem falta de transparência, viu...Em um primeiro momento, parecia uma atitude política 'suicida', porém, Edgard foi reeleito em Lins pelo PSDB. Avança, tolerância!

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.