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Crônicas sobre política municipal. Cultura brasileira local sob olhar provocativo | Colaboradores: Eder Brito, Camila Tuchlinski, Marcos Silveira e Patricia Tavares.

População reduz salário de vereadores no Paraná

Será possível a população definir o salário dos legisladores municipais? Normalmente, os políticos têm o poder para reajustar os próprios ganhos. E é a única categoria que tem esse poder no Brasil. Não é à toa que, em todo o ano de eleição, há milhares de pessoas em busca de uma 'fatia desse bolo'. Mesmo em ano de crise, quando pouquíssimas categorias conseguem sequer o aumento tendo como base a inflação, os nobres vereadores são recompensados como se não houvesse dificuldade financeira.

Por Camila Tuchlinski
Atualização:

Porém, a força do povo começa a revelar uma mudança de comportamento. Casas legislativas de duas cidades do norte do Paraná abriram um precedente: Santo Antonio da Platina e Jacarezinho.

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Há um mês, a Câmara Municipal de Santo Antônio da Platina tentou aprovar, e conseguiu numa primeira votação, aumento de salário dos cargos do Executivo e Legislativo. Porém, uma empresária se revoltou e reclamou com os vereadores. A situação, gravada em vídeo, tomou conta da internet. Na segunda votação, os moradores da cidade compareceram em peso e os nove vereadores do município de 40 mil habitantes tiveram de recuar. Eles, que antes recebiam R$ 3,7 mil, a partir de 2017 terão o salário de R$ 970. Isso mesmo, pouco mais de um salário mínimo! Ah, e o prefeito também entrou na dança: teria um aumento de R$ 14,7 mil para R$ 22 mil e agora receberá R$ 12 mil.

Inspirada na mobilização dos moradores de Santo Antônio da Platina, a população de Jacarezinho tomou gosto pelo protesto político. No início de agosto, um projeto de lei para reduzir os salários dos vereadores em 2017 foi aprovado na Câmara da cidade. Dos atuais R$ 6,2 mil, os políticos receberão R$ 4.340,00. Foi por livre e espontânea vontade dos vereadores? A resposta é não! Só 100 pessoas puderam acompanhar a sessão para discutir os salários dentro do plenário, mas tinha tanta gente na rua ao lado de fora da Câmara que não era possível ver o chão. Houve confusão e o presidente da Casa, vereador Valdir Maldonado, teve de deixar o local dentro de um camburão, com a proteção da Polícia Militar. Além da redução de salário, os políticos tiveram de cancelar o plano de aumentar o número de cadeiras de nove para 13 na próxima legislatura.

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