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Crônicas sobre política municipal. Cultura brasileira local sob olhar provocativo | Colaboradores: Eder Brito, Camila Tuchlinski, Marcos Silveira e Patricia Tavares.

Mesmo com crise, Rio, Palmas e Manaus têm Câmaras mais caras do País

Você sabe dizer ou pelo menos imagina os gastos de uma Câmara Municipal? São inúmeros: desde a folha de pagamento dos funcionários até o cafezinho, passando pelas verbas de gabinete e salários dos vereadores.

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Por Camila Tuchlinski
Atualização:

A Câmara Municipal de Palmas, no Tocantins, é a mais cara do Brasil, levando em conta o número de habitantes, de acordo com o Observatório Social de Palmas. O Legislativo gasta R$ 30,8 milhões. A análise dividiu o valor do orçamento do ano passado da Câmara pelo número de habitantes da capital (265.409), chegando a um custo per capita de R$ 116,21. Já no Rio de Janeiro, a primeira Câmara do ranking, o custo per capita é de R$ 117,84.

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Uma curiosidade em Palmas: são 31 funcionários concursados e 488 servidores com cargos comissionados, porém, o único concurso público foi feito há 20 anos!

A Frente Nacional de Prefeitos também fez um levantamento e constatou que, em 2016, o orçamento da Câmara Municipal de Manaus, no Amazonas, bateu os R$ 126 milhões. O presidente da Casa, Wilker Barreto, do PHS, justifica que a maior parte vai para a folha de pagamento e o restante, equivalente a R$26 milhões, paga custos diversos e para o chamado 'Cotão', Cota para o Exercício de Atividade Parlamentar. Walfran Torres, do PTN, acha o valor justo: "Compatível, dentro da realidade e, acima de tudo, estamos fazendo nosso papel". O vereador disse que, além do mais, os investimentos fora reduzidos por causa da crise financeira. Até a oposição está de acordo com a gastança! O petista Professor Bibiano diz que o custo é "bastante correto".

Os vereadores têm R$ 60 mil de verba de gabinete e R$ 14 mil do 'Cotão'. Esse 'Cotão' poderia ser reduzido, certamente. É só fazer as contas. Ah, mas os nobres parlamentares não podem ficar sem esse dinheiro. Não! Ainda mais em ano de eleição municipal, época em que os gastos com gráficas, normalmente pagas pelo 'Cotão', triplicam, né? É o "exercício parlamentar da reeleição".

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