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Crônicas sobre política municipal. Cultura brasileira local sob olhar provocativo | Colaboradores: Eder Brito, Camila Tuchlinski, Marcos Silveira e Patricia Tavares.

Haja amor: vereador do PTB parte pra cima de diretor do Uber!

Decoro. Uma palavra bem conhecida por políticos brasileiros, mas que nem sempre é praticada por eles. Decoro quer dizer comportamento decente, com excesso de pudor. Também significa dignidade e respeito. E isso foi tudo o que não aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo na semana passada.

Por Camila Tuchlinski
Atualização:

A primeira audiência pública realizada para debater projeto de lei que deve regulamentar o Uber na capital foi marcada por confusão entre defensores e críticos da proposta. O vereador Adilson Amadeu, do PTB, foi o protagonista da novela. Ele tentou agredir o diretor de políticas públicas do Uber no Brasil, Daniel Mangabeira. "Eu vou dar na sua cara!", vociferou o nobre parlamentar enquanto estava na mesa em que participavam outros vereadores na Comissão de Trânsito, Transportes, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia da Câmara.

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O diretor do Uber estava bem perto de Adilson Amadeu, mas permaneceu no mesmo lugar até o fim da reunião. O petebista teve de ser contido pelos colegas. No fim do evento, em uma atitude que só Freud e seus conteúdos inconscientes poderiam explicar, Adilson Amadeu mudou o discurso e, se dirigindo à Daniel Mangabeira, declarou: "eu quero dar um beijo na sua boca". Ã?!

Em entrevista ao Estadão, o vereador do PTB afirmou que o diretor do Uber tem uma postura "provocativa". "Fica dando risada, mexendo a boca, fazendo careta sempre que estou discursando. Mas é bom ressaltar que não tentei agredi-lo", justificou Amadeu.

O vereador é figura ativa na luta dos taxistas contra o Uber em São Paulo. Ele chegou a chamar o prefeito Fernando Haddad de "doente mental", caso tentasse regulamentar o aplicativo: "o senhor não sabe com quem está mexendo!".

No vídeo a seguir, confira o tom de Adilson Amadeu, que faz duras críticas ao Uber: "Querem confusão em São Paulo, então vão ter!" https://www.youtube.com/watch?v=Efc7gyZAi7w

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Com ou sem escarcéu, o projeto de lei deve ser colocado em votação, com o apoio do prefeito Fernando Hadadd, no fim de abril. Até lá, outras duas audiências públicas devem ser realizadas na Câmara Municipal de São Paulo.

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