E o caráter absurdo da declaração de fevereiro foi tão grande que complementar a ela veio a afirmação: "eu não tenho muita informação". Puxa vida! E sem informação a coisa é ruim? Fundamentalista, religiosa e preconceituosa? Pois bem. Hoje ele diz que apesar de ter afirmado a existência do caráter religioso "não há problemas no fato de Marina ser evangélica". E deveria haver? Claro que não. E mais estranho que isso parta de uma legenda que em 2002 abrigou o mais evangélico dos candidatos relevantes à presidente da história recente do país. Antony Garotinho, que teve como coordenador de seu programa de governo o próprio Amaral, enfatizou de forma expressiva tal característica em seus discursos e colocou a religião no mapa daquela disputa. Sua presença obrigou os institutos de pesquisa a redobrarem cuidados com a fé nas análises. Como pode haver problema nisso? Sobretudo para o PSB! Assim, traindo a história da legenda, Amaral nos dá uma lição de cultura política brasileira. A conclusão é clássica: agora tudo mudou! Afinal, Marina chegou ao berço "socialista" e encheu de expectativas a terceira via da eleição de 2014.
Incomodado com sua análise de outrora e diante da aliança com sua ex-colega de governo Lula, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia exclamou algo, sobre a Rede, que apenas um homem que passou por um cargo assim, tão afeito ao conhecimento e recheado de sofisticação acadêmica e intelectual, poderia ofertar sobre sua complexa leitura de mundo: "Essa era a minha avaliação naquela época. Mas só as amebas e as pedras mármores é que não mudam". Interessante! E nesse caso poderíamos imaginar que outros tantos tipos de pedras seriam capazes de mudar de ideia? A começar por nós mesmos, petrificados com tamanha afirmação? E o que dizer das amebas? Bem, a única Ameba literal na política foi candidato a vereador em 2008 pelo PSDC em Anápolis, interior de Goiás. Lá obteve 88 votos e foi o ducentésimo trigésimo terceiro colocado. A relação com Amaral? Aparentemente nenhuma além das duas primeiras letras, mas isso em uma análise tão complexa quanto aquela de fevereiro.