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Como a conjuntura do País afeta o ambiente público e o empresarial

A poluição é sua, mas o problema é nosso!

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Por Redação
Atualização:

Emiliano Lobo de Godoi, Doutor em Agronomia e Professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás

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Viver em uma sociedade múltipla como a nossa é, ao mesmo tempo, uma grande experiência e um grande desafio. Manter a unidade dentro da diversidade requer, um olhar cuidadoso entre as pessoas. Deve haver e prevalecer a empatia, que é uma palavra que vem do grego, "empatheia", que significava paixão, sentimento. Se refere a capacidade que temos para sentir o que outra pessoa sentiria, caso estivesse em uma mesma situação.

Viver em comunidade exige respeito ao direito do outro, afinal, o interesse individual não prevalece frente a um direito coletivo.

Quando se trata da questão ambiental, este conceito torna-se ainda mais relevante e necessário. Olhar para o próximo é fundamental neste caso, já que somos todos habitantes de um mesmo planeta e os problemas ambientais que são gerados não conhecem limites geográficos e afetam a toda a população.

Não existe atividade humana que não gere impacto e cabe ao gerador desse impacto adotar medidas que impeçam que esse impacto afeta a qualidade da vida alheia. Isso está na lei, mas, acima disso, está no bom senso e na empatia que devemos ter.

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Um bom exemplo é a poluição sonora que pode provocar vários tipos de impactos na sociedade, como distúrbios do sono, estresse, aumento da frequência cardíaca, pressão alta, dor de cabeça e fadiga. Temos a Lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, que, em seu art. 54, considera crime qualquer atividade que resulte ou possa resultar em danos à saúde humana. Com isso, a Lei considera que o barulho é seu, mas o ouvido é nosso.

Em outra situação, a falta de controle da fumaça emitida por atividades humanas trás significativos danos à saúde da população. A poluição do ar é considerada a maior causa ambiental de doenças e mortes prematuras no mundo. No Brasil, as principais fontes de emissões atmosféricas, de acordo com a Global Atmospheric Research são o setor de transporte, os processos industriais e a queima de biomassa. Assim, a fumaça é sua, mas o nariz é nosso.

O simples ato de jogar uma bituca de cigarro no chão se transforma em uma grande questão quando observado de maneira mais ampla. Esta bituca, aparentemente inofensiva, contêm cinzas, restos de tabaco e substâncias tóxicas e cancerígenas. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) são consumidos no Brasil em torno de 25 milhões de cigarros por dia e 60% deste total são descartados inadequadamente. Portanto, a bituca é sua, mas o planeta é nosso.

Respeitar a saúde e o bem-estar do próximo é respeitar o sentimento e a vida das pessoas, além de ser uma obrigação estabelecida em lei. Devemos olhar com atenção como estamos permanentemente interagindo com as pessoas ao nosso entorno. Está nos faltando empatia, paixão e sentimento. Precisamos considerar que vivemos em uma única comunidade e lembrar que, pelo menos até o presente momento, temos apenas este planeta para viver. Por isso, devemos cuidar bem dele.

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