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Zé Guimarães do PT desafia Moro a entregar o celular

Deputado cujo ex-assessor foi preso em 2005 com US$ 100 mil escondidos na cueca propôs a ministro da Justiça que 'firme um compromisso com a ética e com a verdade'

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Reprodução/TV Câmara Foto: Estadão

O deputado José Guimarães (PT/CE) propôs, durante a Comissão de Constituição e Justiça que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, assine um termo de compromisso para que entregue seu celular aos parlamentares. Ele desafiou o ex-juiz da Lava Jato, que condenou e prendeu Lula.

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"Eu queria iniciar. Vossa Excelência assinaria essa declaração para a imprensa, nos termos que o deputado [Paulo] Pimenta (PT) propôs entregando o seu celular para esta Comissão de Constituição e Justiça ou para algum órgão de investigação? Por que eu coloco isso? para a verdade ser restabelecida. Vossa Excelência fala: 'eu não lembro, eu não sei', afirmou, referindo-se a palavras do próprio Moro.

José Guimarães prosseguiu. "Eu não tenho mais as mensagens. É fácil, assine. Ao assinar, Vossa Excelência está firmando um compromisso com a ética e com a verdade", concluiu o petista.

Moro respondeu. "Sobre declaração, desculpe, deputado, mas aí é um puro teatro. Eu já respondi aqui no início dizendo que em 4 de junho meu aparelho celular sofreu uma tentativa de ataque. O aparelho foi entregue à Polícia Federal para perícia. Quer que eu entregue de novo? Está na PF, realizando exame. Em algum momento vai chegar laudo pericial sobre o aparelho. Não tenho nada a esconder."

As declarações do deputado federal se deram em meio à sessão da CCJ da Câmara em que Moro foi convidado a esclarecer supostas conversas atribuídas a ele e a procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

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Guimarães é um dos deputados que aparecem conversando com Luiz Inácio Lula da Silva nos áudios da Operação Alethea, braço da Lava Jato que conduziu o ex-presidente coercitivamente para depor, em 2016.

Os diálogos foram anulados como prova pelo Supremo Tribunal Federal.

Em 2005, um assessor de Guimarães, José Adalberto Vieira, foi preso no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com US$ 100 mil escondidos na cueca, e mais R$ 209 mil numa maleta de mão.

Em junho de 2012, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça acolheu, por unanimidade, recurso para determinar que José Guimarães não figurasse mais como réu na ação de improbidade administrativa que tramitava na 10.ª Vara Federal em Fortaleza, referente aos dólares na cueca do assessor.

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