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Zambelli nega acesso a dados da PF e desafia Witzel a refutar provas da operação que o põe no escândalo de desvios na pandemia

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Por Redação
Atualização:
O governador Wilson Witzel e a Deputada Carla Zambelli. Fotos: Wilton Júnior e Dida Sampaio/Estadão Foto: Estadão

A deputada federal Carla Zambelli nega ter recebido informações sobre operações policiais, incluindo a que fez buscas contra o governador Wilson Witzel na manhã desta terça, 26. Em nota, a parlamentar ainda rebateu o chefe do Executivo fluminense, afirmando que o mesmo 'deveria questionar a decisão do Superior Tribunal de Justiça, bem como refutar as provas constantes dos autos'. A deputada defende que 'diante da enormidade de procedimentos licitatórios sem o prosseguimento das regras gerais da Lei de Licitações', as investigações contra 'inúmeros governos' são certas e necessárias.

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Como mostrou o BR Político, a deputada federal, em entrevista à Rádio Gaúcha, indicou que a PF estava prestes a deflagrar operações para investigar irregularidades cometidas por governadores durante a pandemia. "A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali, na agulha, para sair, mas não saíam. E a gente deve ter, nos próximos meses, o que a gente vai chamar, talvez, de 'Covidão' ou de... não sei qual vai ser o nome que eles vão dar... mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal", disse a parlamentar.

A manifestação se deu na véspera da Operação Placebo, que cumpriu 12 mandados no Rio e em São Paulo na manhã desta terça, 26, estando entre os alvos endereços ligados ao governo fluminense, como o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel, o Palácio da Guanabara, sede do Executivo do Rio e ainda na casa em que o mandatário do Rio morava antes de assumir o governo.

Após a ofensiva da PF, a entrevista de Zambelli repercutiu entre parlamentares nas redes sociais. A deputada Talíria Perrone apontou que o fato da aliada de Bolsonaro saber antecipadamente de operações da PF 'contra governadores' é grave e questionou: "Como a deputada sabe? E por que ela sabe? As relações da cúpula do governo Bolsonaro e a PF estão cada vez mais promíscuas e precisam ser explicadas".

Em resposta, a bolsonarista afirmou que se tivesse informações privilegiadas da corporação, a operação Placebo seria denominada 'Estrume'. O nome sugerido pela parlamentar faz referência a trecho do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, na qual o presidente Jair Bolsonaro chamou o governador fluminense de 'estrume' e o chefe do Executivo paulista, João Doria, de 'bosta'.

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Confira a íntegra da nota de Zambelli

Sobre a fala do Governador do Rio de Janeiro, a Deputada Carla Zambelli esclarece que:

Nunca soube acerca da realização de qualquer operação policial específica, tampouco em desfavor do Governador do Rio de Janeiro;

Esclarece ainda, que ao invés de se preocupar com a opinião da Deputada, o Governador deveria questionar a decisão do Superior Tribunal de Justiça, bem como refutar as provas constantes dos autos, que levaram a decisão tão séria, de uma Corte Nacional;

-Por fim, nunca demais recordar, que a imprensa nacional já alertava acerca do medo do Sr. Governador ser alvo; A Deputada reitera sua opinião de que todos devem ser investigados, desde que seguindo os ditames constitucionais, mas que não se intimidará diante das falas vazias de quem precisa, efetivamente, se defender na justiça das acusações postas pelas autoridades constituídas.

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- Sendo assim e diante da enormidade de procedimentos licitatórios sem o prosseguimento das regras gerais da Lei de Licitações e, com a deflagração de inúmeras operações policiais para combater as fraudes, fica evidente que as investigações contra inúmeros "Governos" é certa e necessária, sendo apenas esta a fala da Deputada, que, infelizmente, foi distorcida. Sua fala foi genérica, sem imputar governo "a" ou "b", mas deixando claro que os desvios estavam sendo apurados, conforme amplamente divulgado pela imprensa nacional, reiterandoque jamais possui qualquer informação sobre o tema, sendo sua fala, mera expressão opinativa sobre o que estava por vir em nosso país, e, como certo, deverá prosseguir.

O trabalho da deputada Carla Zambelli de denunciar supostas fraudes mostra-se firme e necessário, além de assegurado pela Constituição Federal no artigo 53, por meio da imunidade parlamentar, para que não haja qualquer preocupação de retaliação política. Antes mesmo de assumir o mandato parlamentar, a deputada Carla Zambelli já apoiava o combate a corrupção e permanecerá apoiando irrestritamente as ações da Polícia Federal e do Governo Federal no combate à corrupção.

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