PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

'Yunes está sendo punido por ser amigo do presidente', diz defesa

Advogado José Luis Oliveira Lima afirma que respeita atuação da PGR, mas reage e sustenta que Ministério Público 'especula'

Foto do author Fausto Macedo
Por Fausto Macedo
Atualização:

José Yunes. Foto: Felipe Rau/Estadão

O advogado Jose Luis Oliveira Lima, que defende o empresário José Yunes, reagiu à prisão do amigo do presidente Michel Temer (MDB) na Operação Skala. "Yunes está sendo punido por ser amigo do presidente."

PUBLICIDADE

O empresário foi preso pela Polícia Federal na quinta-feira, 29, na investigação que apura supostas irregularidades no Decreto dos Portos, por ordem do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Yunes e outros investigados da Skala foram soltos na madrugada deste domingo, 1, após pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e determinação de Barroso.

ESTADÃO: Que medidas pretende tomar após a prisão de José Yunes?

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Vamos procurar mais uma vez o Ministério Público e nos colocar à disposição para prestar qualquer esclarecimento no sentido de demonstrar a correção de José Yunes.

ESTADÃO: Por que a prisão de Yunes é uma violência contra o Estado Democrático?

Publicidade

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Porque José Yunes procurou espontaneamente as autoridades competentes e prestou três depoimentos e sempre esteve à disposição. Porque Yunes ao longo de mais de 50 anos de atividade profissional jamais teve qualquer mancha na sua vida.

ESTADÃO: Yunes foi citado em delação de Funaro no caso do "milhão". Como explica isso?

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Yunes não foi citado inicialmente na colaboração de Funaro, mas sim na de Claudio Melo. Imediatamente após a divulgação dessa colaboração, demonstrando boa fé, procuramos a PGR e José Yunes esclareceu detalhadamente os fatos, negando ter recebido qualquer importância em dinheiro. Na época, Funaro negou publicamente ter estado com Yunes, inclusive chegou a processa-lo por essa afirmação. Depois, Funaro mudou de versão, como costumeiramente faz.

ESTADÃO: Qual o envolvimento do Yunes no decreto dos Portos?

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Yunes não tem nenhuma relação com o decreto dos portos ou qualquer outro tema portuário. Não conhece e nunca esteve com os representantes da Rodrimar. Essa acusação é totalmente descabida e improcedente.

Publicidade

ESTADÃO: Onde está o erro da investigação da PGR?

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Quero registrar o meu respeito pelo Ministério Público, que exerce importante papel na sociedade, mas no caso de José Yunes o MP erra ao especular sem qualquer prova a participação do nosso cliente em eventual conduta ilícita. Não há absolutamente nada, nada, que incrimine ou desabone a conduta de José Yunes.

ESTADÃO: A ordem do Ministro Barroso será questionada?

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Imediatamente após a detenção de José Yunes nós requeremos a sua liberdade. Com a revogação da prisão, não há mais o que se questionar na decisão do Ministro.

ESTADÃO: A prisão de Yunes busca atingir o presidente? Por quê?

Publicidade

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Seria leviano se fizesse tal afirmação, pois entendo que o MPF não atua movido por interesses políticos. Mas é evidente que a amizade de cinco décadas com o presidente está sendo mal interpretada. José Yunes está sendo punido por ser amigo do presidente.

ESTADÃO: Que negócios comerciais Yunes fez com o presidente?

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Além de amigos, Yunes e o Presidente Michel Temer possuem sólida carreira jurídica, notoriamente reconhecidos como grandes advogados. Realizaram poucas transações de compra e venda de imóveis, algumas há quase vinte anos, tudo declarado pelo valor real e perfeitamente condizente com o patrimônio de ambos. Tudo perfeitamente normal e comum.

ESTADÃO: A prisão de Yunes foi um exagero?

JOSE LUIS OLIVEIRA LIMA: Como já pontuei, a prisão foi uma violência, atingiu um homem com mais de 50 anos de conduta ilibada e que teve a sua reputação atingida. Sua família, seus filhos e netos foram atingidos. Alguém que já tinha prestado três depoimentos, colaborado com as investigações, por que deveria ser preso? Apenas para ser ouvido e logo depois ser solto? Nenhum fato concreto foi apontado que justificasse a sua prisão, que repito, foi uma violência.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.