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Youssef relata grampo ilegal na prisão da Lava Jato

Doleiro ouvido pela Corregedoria da Polícia Federal, em São Paulo, disse que escutas encontradas na carceragem da corporação, em Curitiba, quando foi preso, em março de 2014, não foram autorizadas pelo então juiz Sérgio Moro e que estavam ligadas e gravando

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Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Fausto Macedo
Por Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

Doleiro Alberto Youssef. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Operação Lava Jato, afirmou, em depoimento, que havia escutas clandestinas na carceragem da Polícia Federal, quando foi preso pela primeira vez na investigação, em março de 2014. Ele afirmou ter comunicado ao seu advogado por meio de bilhetes sobre o ocorrido, e que o defensor disse que a escuta não foi autorizada pelo então juiz Sérgio Moro.

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DEPOIMENTO 1

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DEPOIMENTO 2

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O caso é alvo de processo disciplinar na Corregedoria da PF. Youssef prestou depoimento no dia 27 de junho de 2019.

Ele afirmou ter ouvido falar de um dos presos, cujo nome não se recorda, de que 'os presos olharam e puxaram o equipamento para fora, momento em que o depoente fez sinal para que nada falassem e recolocaram o equipamento no lugar'.

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Segundo Youssef, quando seu então advogado Antonio Figueiredo Basto, foi ouvi-lo, 'para não falar no parlatório que era gravado, escreveu para ele em um papel que tinha encontrado uma escuta na cela'.

"O advogado escreveu no celular que o depoente "deixasse quieto", pois faria uma petição para o Juiz MORO, perguntando se cle havia autorizado uma escuta ambiental na cela; QUE após o Juiz MORO responder que não, o depoente e os outros presos da cela número 05 tiraram o equipamento", consta em seu termo de depoimento.

Youssef confirma que 'não desligaram o equipamento' e que 'o equipamento somente foi retirado do local quando o depoente o levou ao parlatório para seu advogado fotografá-lo, sendo que, após, recolocou o equipamento no local onde foi encontrado'.

O doleiro diz ainda que o 'equipamento foi retirado pelo bocal de luz que estava aberto, por dentro da cela' e que, como prova de que estava ligado, os presos 'tomaram um choque' ao mexer no aparelho.

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