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Youssef é ouvido na Justiça Eleitoral em ação em que PSDB pede cassação de Dilma

Doleiro, preso na Operação Lava Jato, confirmou a TSE esquema de doações oficiais para ocultar propina da Petrobrás, mas disse que estava preso durante disputa em 2014

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Por Redação
Atualização:

Alberto Youssef. Foto: Vagner Rosario/Futura Press

Por Fausto Macedo, Julia Affonso e Ricardo Brandt

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O doleiro Alberto Youssef foi ouvido na manhã desta terça-feira, 9, na Justiça Federal, em Curitiba - onde está preso acusado nos processos da Operação Lava Jato - pela Justiça Eleitoral, dentro da ação aberta para investigar suposto abuso de poder econômico da presidente Dilma Rousseff (PT) na campanha de reeleição de 2014, a pedido do PSDB.

O doleiro confirmou o que havia dito em seus depoimentos à Operação Lava Jato e à CPI da Petrobrás sobre o esquema de corrupção e desvios na estatal, iniciado em 2004 e que teria continuado até o ano passado.

Youssef não apontou elementos específicos sobre a campanha de 2014 da candidata do PT, segundo a defesa da presidente.

O doleiro revelou nos acordos de delação premiada seu envolvimento com o uso de doações eleitorais aos partidos envolvidos - PT, PMDB e PP - como forma de ocultar propina da Petrobrás. Ouvido pelo juiz Nicolau Lupianhes Neto, da Corregedoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na sede da Justiça Federal, em Curitiba, ele informou não ter participado ativamente de esquemas durante a disputa por estar detido.

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Preso desde março de 2014 - acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa por conta dos desvios na Petrobrás -, Youssef estava na Custódia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no período da disputa eleitoral. Atualmente, ele no Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba. O depoimento começou por volta das 9h30 e durou cerca de uma hora.

O depoimento faz parte da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) aberta a pedido do PSDB, no final de 2014, pelo TSE. O partido pede a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff por abuso de poder político e econômico.

Entre outros fatos, o PSDB e a Coligação Muda Brasil - do candidato derrotado do partido, nas eleições 2014, Aécio Neves (MG) - alegam na ação apresentada ao TSE que a campanha eleitoral de 2010 da requerida Dilma Rousseff foi financiada, em parte, por dinheiro oriundo da corrupção da Petrobrás.

O advogado José Eduardo Rangel de Alckmin acompanhou a oitiva pelo PSDB. O partido sustenta que há elementos que indicam que recursos públicos desviados da Petrobrás que foram parar na campanha de Dilma influenciaram o resultado das eleições de 2014, em favor de sua reeleição.

"Não se trata de um ato isolado, mas sim de uma prática costumeira, com início no ano de 2004, para o financiamento de partidos políticos aliados ao Governo Federal."

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Ex-diretor. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa já foi ouvido pela Justiça Eleitoral, no Rio, onde cumpre prisão domiciliar dentro dessa ação. As investigação são conduzidas pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha.

Costa reiterou as informações dadas em sua delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato sobre um repasse à campanha presidencial do PT de 2010, mas disse não ter como confirmar qualquer informação sobre a campanha de 2014.

Costa relatou à força-tarefa da Lava-Jato e à CPI da estatal o suposto pagamento de R$ 2 milhões à campanha de Dilma, em 2010. Segundo ele, o repasse foi feito a pedido do doleiro Alberto Youssef.

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