Em uma ação relâmpago, na tarde desta terça-feira, 22, a Polícia Federal flagrou duas servidores do Incra recebendo propina de R$ 12 mil em dinheiro vivo. A PF pôs em prática uma ação controlada, por meio da qual seguiu o caminho do dinheiro, guardado em um envelope, até o gabinete das servidoras.
Quando os agentes entraram na sala das funcionárias do Incra, o envelope pardo envolto por um elástico amarelo estava sobre a mesa, entre pastas de documentos. Segundo a PF, o dinheiro foi exigido pelas suspeitas para emitir parecer favorável no caso de um lote no assentamento Mimoso, em Arinos (MG).
'Abre aqui, por favor', pede o policial federal, manuseando o envelope. 'Qual é o nome da sra?', ele indaga.
'Quédina", responde a servidora.
'Quédina, né?'
'Ahan, ahan'
'A sra é o quê dona Quédina?', pergunta uma policial que fez parte da diligência.
'Servidora"
"Servidora?"
"Não tem nada aqui, não', afirma Quédina.
'Ah, esse dinheiro aqui?', questiona a policial.
'Deixou aqui, nem sei o que que é isso, não', esquiva-se a funcionária.
'É, né. É bom quando aparece assim um dinheiro na mesa da gente, né?', comenta a policial.'
'Não tem problema minha sra', responde Quédina.
"Aqui, ó, tem um mandado de prisão contra a sra, tá? E a sra. dá recebimento', anuncia o policial.
"Não tenho nada a ver com isso, nada a ver, não tem nada disso', afirma a servidora.
"Você viu quem deixou esse envelope aqui?', questiona o policial
'Não, eu não sei.', responde Quédina
'Ninguém viu não', emenda outra servidora.