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Violência contra a mulher aumenta pela omissão do Estado e falta de projetos mais amplos do Terceiro Setor

Por Patricia Alves
Atualização:
Patricia Alves. FOTO: ANGELO PASTORELLO Foto: Estadão

Os casos de feminicídio continuam povoando os noticiários e, a cada minuto, uma mulher é vítima de algum tipo de violência no Brasil.

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Em 2021, os serviços da cidade de São Paulo dedicados à proteção de mulheres vítimas de violência doméstica, realizaram 75% mais atendimentos do que em 2020. No ano passado, foram 42.212 mulheres atendidas nos 17 serviços que compõem a rede até 31 de dezembro.

Além das plataformas de denúncia e casas de apoio - que fazem um trabalho de extrema relevância - ainda não há um projeto que, efetivamente, auxilie a mulher a sair do ciclo da violência de forma concreta/ ou de maneira mais segura.

A partir deste ano, no Dia Internacional da Mulher, este panorama parece ter uma luz no fim do túnel.

O projeto ''Ocitocine-se", idealizado pela ginecologista Fabiane Berta e a ONG Mulher Reviva, trazem todos os pilares necessários para resgatar e começar a mudar as estatísticas.

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Pela primeira vez, elas serão tratadas em todos os pilares.

Iniciando pela saúde, a equipe da médica irá realizar exames laboratoriais, reposição hormonal e o projeto irá contar, também, com apoio psicológico.

Com a saúde física e mental restituída elas serão encaminhadas para as oficinas de capacitação profissional: tecnologia, beleza e culinária funcional.

Todas foram cuidadosamente desenhadas em parceria com empresas privadas para que as mulheres possam se profissionalizar e, através da independência financeira, não voltar ao ciclo da violência.

A falta de renda para sobreviver é o principal motivo que faz com que elas voltem aos agressores.

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Projetos como este são de suma importância e merecem ser comemorados e apoiados. Algo amplo, que transforme, gere renda, atraia as empresas e chame atenção do poder público - omisso e conivente com a ascensão dos números.

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Enquanto não for prioridade de investimento público: a destinação de verba, aprimoramento dos atendimentos, credibilidade da palavra da vítima, deixar pessoas especializadas em estratégias de políticas públicas e criminal, não vamos conseguir diminuir os índices de violência contra a mulher.   Se faz necessário e urgente uma melhor aplicação da Lei Maria da Penha, em vigor há dez anos, e alterações para permitir a punição de crimes de ódio contra mulheres na internet, nos transportes públicos e o assédio de forma geral.

*Patricia Alves é jornalista graduada pela FMU de São Paulo e pós-graduada em Comunicação Coorporativa pela Fundação Casper Líbero. Diretora da Patwork, membro do Comitê de Comunicação da LoveTogether Brasil, conselheira da ONG Aliança Solidária e idealizadora de projetos voltados para o combate ao feminicídio na ONG Bem Querer Mulher. Repórter de TV no programa Empresários de Sucesso da Band News, Band Internacional e canal Terra Viva e colunista da revista Mensch

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