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'Verdadeira associação criminosa', diz relatório da PF sobre esquema no porto de Santos

Leia a representação da Polícia Federal à Justiça pela prisão de 21 investigados, entre eles o ex-deputado Marcelo Squassoni, por supostos desvios de R$ 100 milhões; delegado da Operação Círculo Vicioso diz que grupo 'há tempos vem se enriquecendo mediante o desvio de recursos públicos'

Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Ao decretar a prisão de 21 investigados por supostas fraudes a licitações que causaram prejuízo de mais de R$ 100 milhões à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) - administradora do porto de Santos, o maior da América Latina -, a Justiça acolheu os argumentos da Polícia Federal, em relatório subscrito pelo delegado Eduardo Alexandre Fontes.

No decorrer das investigações e com base em documentos entregues à PF pela atual direção da empresa que dirige o porto de Santos, foram identificados 'outros delitos igualmente graves'. Foto: Clayton de Souza/Estadão

"O conjunto de provas produzido com a investigação evidencia a existência de uma verdadeira associação criminosa que há tempos vem se enriquecendo mediante o desvio de recursos públicos da Codesp", crava o delegado.

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Até agora, a PF prendeu 19 alvos, entre eles o ex-deputado federal Marcelo Squassoni (PRB/SP), apontado como o principal envolvido no esquema do porto.

As fraudes foram descobertas no âmbito da Operação Círculo Vicioso, segunda fase da Operação Tritão.

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Essa fase da investigação tem base na delação do empresário Mário Jorge Paladino, que relatou o funcionamento do esquema na Codesp, citando os nomes de Squassoni, de Francisco José Adriano, diretor financeiro da companhia à época dos crimes e de Carlos Henrique de Oliveira Poço, ex-diretor de operações logísticas.

Na representação à Justiça, o delegado Eduardo Alexandre Fontes indica que as provas produzidas durante a primeira fase da Operação Tritão foram confirmadas em grande parte pelo delator e revelaram 'apenas a ponta de um iceberg'.

No decorrer das investigações e com base em documentos entregues à Polícia Federal pela atual direção da empresa que dirige o porto de Santos, foram identificados 'outros delitos igualmente graves'.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MARCELO SQUASSONI

Os advogados do ex-deputado Marcelo Squassoni informaram que vão ingressar ainda nesta quinta, 22, na Justiça Federal em Santos, com pedido de revogação da prisão. Squassoni é representado pelos advogados Marcelo Knoepfelmacher, Mariana Figueiredo Paduan e Felipe Locke Cavalcanti.

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"Nós entendemos que a prisão do deputado Squassoni é desnecessária e descabida. Ele colaborou desde o início com as investigações e com a Justiça", disse Marcelo Knoepfelmacher.

O advogado destacou que 'inclusive quando detinha prerrogativa de foro, ainda em dezembro de 2018, (Squassoni) prestou dpeoimento voluntariamente'.

"Ele não tinha nem obrigação de depor, já que tinha a prerrogativa", observa Marcelo Knoepfelmacher. "Pelos elementos coligidos nos autos não há nada de novo que justifique a prisão temporária. Ela é descabida e desnecessária."

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