Aécio Neves tentou, mas não conseguiu evitar que, nesta terça-feira, 20, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julgasse o pedido da Procuradoria-Geral da República que pode, se aprovado, levá-lo à prisão preventiva. Alvo da Operação Patmos, o tucano chegou a mover recursos para evitar ser julgado pelo mesmo colegiado que manteve encarcerados sua irmã, Andrea e seu primo, Frederico Pacheco. O senador afastado e seus parentes foram denunciados por corrupção por terem, supostamente, pedido R$ 2 milhões de reais ao empresário Joesley Batista, da JBS. Aécio ainda responde por obstrução de Justiça, acusado de tentar barrar as investigações da Lava Jato.
+ Por que Janot quer Aécio atrás das grades
Compõem a Primeira Turma do Supremo os ministros Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
+ Janot pede novo inquérito contra Aécio por 'propina de R$ 60 milhões'
O colegiado já negou o pedido de liberdade de Andrea Neves, irmã do senador, presa desde o dia 18 de maio pela Operação Patmos.
+ Procuradoria cobra multa de R$ 6 milhões de Aécio e Andrea Neves
Os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber eLuiz Fux votaram pela manutenção da prisão, enquanto Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes foram contra.
+ Janot liga conversa entre Aécio e Gilmar a tentativa de barrar Lava Jato
O advogado de defesa de Aécio, Alberto Zacharias Toron, chegou a protocolar petição para que o pedido de prisão contra o tucano, apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), seja apreciado pelo plenário da Corte e não pela Primeira Turma. Ao solicitar a mudança, ele evocou a 'garantia constitucional' de 'imunidade do mandato parlamentar'. No entanto, o pedido foi negado pelo ministro Marco Aurélio Mello.
A irmã de Aécio, Andrea Neves, teria feito o primeiro contato com o empresário. O tucano indicou seu primo Frederico para receber o dinheiro. Mendherson Souza, assessor de Zezé Perrella (PMDB-MG), teria sido o destinatário das supostas propinas. O dinheiro foi entregue pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores da JBS. Ao todo, foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma. Mendherson, Andrea e Frederico estão presos preventivamente no âmbito da Patmos.
COM A PALAVRA, AÉCIO NEVES
Nota da defesa do senador Aécio Neves A defesa do senador Aécio Neves reafirma que o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal.
O empréstimo não envolveu dinheiro público e nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina ou corrupção.
O senador tem convicção de que as investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente ocorridos.