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Valores de imóveis sobem e superam a inflação

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Por Samuel Ferreira da Silva
Atualização:
Samuel Ferreira da Silva. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A crise atual provocada pela pandemia do novo coronavírus tem afetado diversos setores da sociedade. Porém, o mercado imobiliário tem atravessado essa situação com resultados positivos, como é possível identificar em alguns dados fornecidos pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Conforme as informações da entidade, o número de imóveis financiados no primeiro semestre de 2020 foi 35,2% superior em relação ao ano passado.

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Ainda conforme o Índice Fipezap - pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base nos anúncios do portal Zap -, ao final dos primeiros sete meses deste ano, o preço médio do metro quadrado no Brasil apresentou uma alta nominal de 1,4%, acima da inflação de 0,46%, estimada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) naquele período. Após um aumento de 0,18% em junho, os preços ascenderam 0,28% em julho. Mesmo com este contexto, essa última elevação ficou abaixo do IPCA de 0,36%, ou seja, os imóveis revelaram uma variação real de -0,08% em julho, o que demonstra que subiram menos do que a variação geral de preços da economia.

Até o final do primeiro trimestre deste ano, o setor vivia um momento positivo, mas ainda não existem números concretos sobre a situação dos últimos meses. Dessa forma, ainda não dá para saber as consequências reais da crise no mercado imobiliário, mas é possível afirmar que o cenário deste último mês está favorável.

O mercado imobiliário apresentava um contexto animador antes da pandemia e possui maior estabilidade do que outros setores, por isso, acredito que mesmo com o aumento do desemprego e a diminuição da confiança do consumidor, a crise será passageira para os empreendimentos da área.

Mesmo com a crise, as pessoas ainda acreditam que a compra de um imóvel próprio seja a melhor opção do que o aluguel. A perspectiva de valorização dos imóveis no futuro também é fator que vem ganhando destaque entre os consumidores. A crise financeira de 2014, gerou uma demanda reprimida, que já estava em vias de resolução no início deste ano, período em que a economia estava começando a melhorar. No entanto, a chegada da pandemia trouxe diversas mudanças e uma das mais marcantes foi a alteração do comportamento do consumidor, que hoje prioriza uma maior segurança e conforto em detrimento de valores mais baixos. Acredito que essa nova realidade tem influenciado o aumento das vendas de imóveis e tem contribuído para a estabilização do mercado imobiliário.

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No período pós-pandemia, acredita-se que o cenário deste setor continue a se valorizar. Com a crise financeira, há a necessidade de abaixar os preços, consequentemente, isso também impulsiona a perda do dinheiro investido. No entanto, a estimativa do futuro é positiva, já que se espera que a inflação continue sobre controle, fazendo com que novas aquisições sejam realizadas.

Essa valorização será pequena, principalmente, em função do baixo ritmo de produção e de estoque dos imóveis, devido à desaceleração econômica. A produção dos imóveis caiu um pouco devido a paralisação das atividades. Mas, acredito que posteriormente haverá uma valorização, mesmo que mínima.

*Samuel Ferreira da Silva, gestor imobiliário do Grupo MBL (Silva Empreendimentos e Fonsil)

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