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Vacinar é preciso! Promover a informação em saúde também

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Por Luiz Augusto Maltoni
Atualização:
Luiz Augusto Maltoni. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Se é clichê dizer que prevenir é melhor que remediar, no caso do câncer de colo de útero há licença para que se repita isso à exaustão. Desde que a frase pronta ajude para que pais, mães, responsáveis e a população em geral se conscientize da importância da imunização contra o HPV que deverá se tornar uma tradição no calendário vacinal. Tal medida é crucial para reduzir os números de câncer de colo do útero.

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A Vacina da Covid-19 em pauta por tantos meses, nos lembra que medidas de prevenção, como a vacinação contra o HPV, nem sempre lembrada, terá forte impacto para combater a doença no futuro, além de auxiliar no controle de outros tipos de câncer como o da cavidade oral e do pênis. Hoje, jovens entre 9 e 14 anos já podem ser vacinados gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Pensando no agora, as mulheres precisam estar em alerta. Além do uso de preservativo ser crucial, também é necessário fazer o exame de Papanicolau ou comumente chamado exame preventivo, recomendado para o rastreamento no Brasil a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. Ele detecta a presença ou não do vírus HPV, causador de lesões precursoras que, se não tratadas, podem gerar o câncer de colo de útero.

A pandemia da Covid-19 ainda mantém restrições de acesso. Atrasou planejamentos, consultas, cirurgias, exames. No entanto, é importante que as mulheres não esqueçam de procurar o consultório médico ou os postos de saúde para fazer seus exames preventivos. É preciso evitar uma doença que, de acordo com recente levantamento do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM) causou 6.596 mortes, em 2019.

É fundamental informar e esclarecer a população e acabar com preconceitos em relação a questões que envolvem exames, como o preventivo e o uso da camisinha, que ajudam a conter o avanço do câncer de colo de útero, que ainda é muito frequente em nosso país e causa muitas mortes. A projeção do Instituto Nacional de Câncer, o INCA, é de 16.710 novos casos para este ano. Este tipo de câncer tem grande potencial de causar metástases e pode ser evitado. Se diagnosticado precocemente, é curável. Por isso, se faz oportuno repetir a orientação para ajudar a conter a doença.

As disparidades relacionadas ao câncer de colo de útero são vistas em números estimados de casos pelas regiões do Brasil, conforme aponta o INCA. Nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, o câncer de mama é o de maior incidência nas mulheres, atrás apenas do câncer de pele. Na região Norte, após o câncer de pele, é o câncer de colo de útero que mais atinge as mulheres. Esses dados revelam uma importante informação quanto a necessidade de campanhas educativas, preventivas e de investimentos adaptados às regiões.

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É preciso agir. Este é o nosso papel é o das autoridades. Já o das mulheres, é buscar o exame e a orientação médica, mesmo em tempos de pandemia. Novamente, vale insistir: prevenir é melhor que remediar. Se salva vidas, vale o clichê.

*Luiz Augusto Maltoni, médico e diretor executivo da Fundação do Câncer

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