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'Uma organização criminosa infiltrada dentro do governo federal', aponta Lava Jato

Operação Aletheia, que pegou Lula, investiga possíveis benefícios a seus familiares

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Por Ricardo Brandt , Andreza Matais , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

Da esq. para a dir, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, o superintendente Rosalvo Ferreira Franco, o delegado Igor Romário de Paula e o auditor Roberto Leonel de Oliveira Lima / Foto: EFE/Pedro Filho

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima disse nesta sexta-feira, 4, que a Operação Aletheia, 24.ª fase e ápice da Lava Jato que pegou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mira em 'organização criminosa infiltrada dentro do governo federal que se utilizava da Petrobrás e de outras empresas para o financiamento político e também para apropriação pessoal'.

O procurador disse que a organização 'certamente possui um comando'.

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Lula foi conduzido coercitivamente nesta sexta-feira, 4, de sua residência em São Bernardo do Campo para o Aeroporto de Congonhas em São Paulo. O petista está depondo desde as 8hs a um grupo de delegados da Polícia Federal e Procuradores da República.

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"Trata-se apenas de mais uma etapa da Operação lava jato, etapa necessária diante das provas colhidas durante as investigações", disse Carlos Lima.

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"Neste caso estamos falando de uma organização criminosa infiltrada dentro do governo federal", declarou o procurador. "Foi verificado e nós já fizemos a acusação que o ex-ministro José Dirceu (preso na Lava Jato desde agosto de 2015) fazia parte desse comando com o ex-tesoureiro Vaccari (João Vaccari Neto, também preso), entre outros. Mesmo após a prisão do ex-ministro, no caso Mensalão, a organização criminosa continua existindo. Fazemos uma investigação da continuidade dessa cadeia de comando."

O procurador foi enfático. "Hoje, nós estamos analisando evidências de que o ex-presidente e sua família receberam vantagens para, eventualmente, a consecução de atos dentro do governo. Isso ainda é uma hipótese investigativa. Existem evidências de pagamentos de vantagens. Não há nenhuma motivação plausível para esses pagamentos de vantagens."

Ele apontou. "Nós temos os favores feitos pelas empreiteiras OAS e Odebrecht e um sítio (em Atibaia) que nós estamos investigando a propriedade, mas acreditamos até o momento ser do sr. Luiz Inácio. E também temos bem claro que houve pagamentos de benfeitorias no tríplex, no Guarujá. Outros dados, inclusive, beneficiando familiares também estão sob investigação."

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