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Turismo: sinais positivos, cautelosos e essenciais para seguir em frente

Por Roberto Haro Nedelciu
Atualização:
Roberto Haro Nedelciu. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Às vezes tenho a impressão de que o primeiro semestre de 2020 passou muito rápido. Outras vezes, ele parece, na verdade, ter nos anestesiado em um turbilhão de corridas contra o tempo para que pudéssemos nos manter saudáveis nos âmbitos financeiro e pessoal.

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O setor de turismo começa a dar sinais positivos, porém cautelosos. Depois de abril ter sido o pior período de vendas para as operadoras, maio e junho seguem com leves, mas importantes avanços. Quase 70% das associadas BRAZTOA (reforço que essas empresas representam 90% das viagens de lazer comercializadas no país) realizaram vendas em junho, fazendo com que o semestre tivesse um desfecho esperançoso e, de certa forma, animador.

Apesar de as vendas ainda ocorrerem em um volume abaixo do que esperávamos (elas representam somente até 10% do que foi vendido em 2019), o fato de ver sua empresa reaquecer os motores, voltar a negociar com clientes e apresentar seguras oportunidades e experiências para seu público fiel, que está com saudade de viajar, de relaxar e se livrar do estresse causado por tantas notícias pesadas que chegam, a todo momento, é estimulante. Para o brasileiro, viajar passou a ser uma necessidade básica e essencial para que o fator humano, aquele que é indispensável e insubstituível na cadeia, se mantenha firme e disposto a avançar cada vez mais.

Se levarmos em conta o faturamento dessas empresas em 2019 (R$ 15,1 bilhões) estima-se que as operadoras de turismo deixaram de faturar R$ 1,1 bilhões ao mês, nos quatro meses da pandemia. Mas agora é hora de olhar para a frente.

Apesar de ainda estarmos consolidando os dados de julho, posso antecipar que o mês que abre o segundo semestre do ano foi ainda mais positivo que junho, para boa parte das associadas. Claro, guardadas as devidas proporções, pois ainda estamos em meio a uma pandemia, mas pudemos comprovar, na prática que nosso papel de consultoria especializada, pronta para reunir informações e dados para que as viagens de todos ocorram na hora e da maneira mais segura, está sendo requisitado e valorizado.

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O encerramento do primeiro semestre também trouxe esperança em outros números. Finalizamos o período com a diminuição dos pedidos de cancelamento, que foi apontada por quase metade das empresas (44%), e com a abertura gradual das operadoras.

Apesar das dificuldades enfrentadas, 18% das empresas pesquisadas não realizaram demissões. 56% das operadoras tiveram redução de até 50% das suas equipes, uma ação condizente com o cenário atual de queda de vendas e de fluxo de trabalho, mas com a esperança de reiniciarem as contratações a partir de janeiro.

A retomada das vendas, das viagens e das atividades depende de diversos fatores e passará por muitos desafios. Sabemos que os consumidores começarão a programar suas viagens, à medida que se sentirem mais seguros, principalmente por conta dos sucessivos protocolos de biossegurança lançados. Mas a pesquisa que realizamos mostra outros pontos de preocupação e atenção, cujos destaques estão no fechamento das fronteiras (88%), condições sanitárias (75%), posicionamento de marca (74%), câmbio (67%), fluxo de caixa (65%), segurança sanitária e medo por parte do consumidor (65%). Lembrando que tudo isso pode mudar, assim que liberarem uma das diversas vacinas que estão sendo pesquisadas.

Como estamos lidando com esse momento sem precedentes? Aprendendo, agindo, nos comunicando! Nesse contexto de muitos desafios e necessidades, a BRAZTOA tem estimulado a geração de negócios entre seus associados e diferentes players do mercado, com ações de aproximação das redes de relacionamento e distribuição e com uma comunicação constante e transparente com o setor e o consumidor.

Exemplo disso é o Movimento Supera Turismo (#MovimentoSuperTurismo), que busca a apoiar a retomada do turismo com segurança, divulgando as viagens de forma compartilhada com o maior número de pessoas engajadas, além da série de webinars realizada desde abril, e a atual articulação para a realização de uma série de eventos que conectem os destinos aos operadores, agentes e consumidores, que está prestes a ser anunciada.

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Temos tido resiliência para entender, reagir e buscar soluções para o setor, a associação e seus membros que se tornaram cada vez mais colaborativos entre si.

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Fico muito feliz em dizer que, apesar do cenário turbulento e desafiador, aprendemos muito nesse período e realizamos ações que demorariam muito para serem realizadas nos tempos anteriores, como o atendimento home office, reuniões e apresentações virtuais.  Vivemos uma união nunca antes vista em todo o trade, sem contar as ações governamentais inéditas para o setor (que poderiam ser melhores, mas foram inéditas).

Acredito que estamos voltando ao "normal" e o aquecimento gradual das vendas trouxe uma perspectiva positiva. Avante, que 2020 ainda não acabou!

*Roberto Haro Nedelciu, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA)

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