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TSE confronta hoje delatores da Odebrecht sobre repasses em 2014 e jantar no Jaburu

Em uma etapa decisiva da investigação contra a chapa Dilma/Temer, ministro do Tribunal Superior Eleitoral vai promover acareação nesta sexta, 10, de quatro executivos ligados à empreiteira

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Por Mateus Coutinho , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

O presidente da Odebrecht Marcelo Bahia Odebrecht. Foto: Reprodução

Em um momento decisivo da investigação contra a chapa Dilma/Temer, em que surgiram divergências nos relatos de delatores da Odebrecht, o Tribunal Superior Eleitoral realiza nesta sexta-feira, 10, acareação entre quatro executivos da empreiteira.

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A partir de 16 horas, o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e três ex-dirigentes da companhia, voltam a falar sobre o valor efetivo de dinheiro que a empresa destinou durante a campanha eleitoral de 2014 e o papel do então vice-presidente Michel Temer (PMDB) em eventual solicitação de apoio financeiro à Odebrecht.

A acareação no âmbito da Ação de Investigação Judicial Eleitoral aberta no TSE a pedido do PSDB e sob relatoria do ministro Herman Benjamin, será realizada por vídeoconferência. O ministro vai ficar baseado em Brasília, na sede do TSE.

O PSDB pede a cassação da chapa Dilma/Temer, eleita em 2014, por abuso de poder político e econômico.

Além da acareação, serão ouvidos mais três delatores da empreiteira como testemunhas, o ex-executivo Fernando Migliaccio, que operava contas do 'Departamento de Propinas' da Odebrecht, a ex-secretária Maria Lúcia Tavares e José de Carvalho. A primeira audiência começa as 14h30 com Migliaccio. As demais audiências de acareação e depoimentos estão previstas para ocorrerem a partir das 16 horas.

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Por reunir pessoas de cinco Estados diferentes, tanto os depoimentos das testemunhas quanto a acareação serão feitas por vídeoconferência, sendo que três delatores estarão na sede do Tribunal, em Brasília, e por isso serão ouvidos presencialmente.

Participam das audiências, além do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Herman Benjamin, membros da Corregedoria-Geral Eleitoral (CGE), testemunhas e os advogados das partes envolvidas na ação. Em cada Estado, haverá a presença de um representante da Justiça Eleitoral.

Acareação. A acareação, marcada para começar às 16h, será realizada em duas partes, mas ainda sem ordem definida. Em uma audiência de videoconferência serão confrontados Marcelo Odebretch, que estará no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), e Cláudio Melo Filho, que participará diretamente da sede do TSE, em Brasília.

Ao TSE, Marcelo Odebrecht disse que Temer não participou das conversas com o ministro licenciado Eliseu Padilha (PMDB) durante um jantar no Palácio do Jaburu para definir o repasse de R$ 10 milhões da empreiteira ao PMDB. Na versão do empreiteiro, o presidente teria deixado o local antes do acerto ser combinado. Claudio Melo, contudo, afirma que o presidente pediu diretamente a Marcelo a doação para a sigla.

"Eu participei de um jantar no Palácio do Jaburu juntamente com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as Campanhas do PMDB no ano de 2014", disse Melo.

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Em outro momento, serão ouvidas três testemunhas de uma vez: Marcelo Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, que falará do TRE de São Paulo, e Benedicto Barbosa da Silva Junior, que participará do Tribunal Regional Federal da 2ª região, no Rio de Janeiro.

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