Mariana Sallowicz, do Rio
26 de julho de 2017 | 17h18
Jacob Barata Filho. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
A 1.ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2) manteve a prisão preventiva de Jacob Barata Filho, empresário do setor de transporte urbano no Estado do Rio. Barata Filho, conhecido como “rei do ônibus”, foi preso durante a Operação Ponto Final, deflagrada no início deste mês.
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No julgamento realizado nesta quarta-feira, 26, foram dois votos a um pela manutenção da prisão, seguindo manifestação do Ministério Público Federal (MPF). “Em virtude do grau de envolvimento do investigado nos delitos, da posição que ele exercia na organização, aliados a sua condição de grande prestígio e poder econômico, não cabe a suspensão da prisão preventiva e aplicação de outra medida cautelar”, defendeu a procuradora regional da República Mônica de Ré, integrante da força-tarefa em 2.ª instância.
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As investigações apontam que havia uma organização criminosa, atuante no setor de transportes do Estado do Rio, responsável pelo pagamento de mais de R$ 260 milhões a políticos e agentes públicos. De acordo com o MPF, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral recebeu R$ 122,85 milhões em propinas do esquema entre 2010 e 2016.
A força-tarefa da Lava Jato no Rio identificou que essa é mais uma das ramificações da organização criminosa que seria liderada por Cabral. Para a maioria dos desembargadores, a liberdade do investigado representa um risco à ordem pública e ao prosseguimento das investigações.
COM A PALAVRA, A DEFESA DO EMPRESÁRIO BARATA FILHO
A defesa de Jacob Barata Filho informou que irá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque considera que não há razões para manter o empresário em prisão preventiva.
“A ausência de unanimidade na decisão do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região – dois votos a um – indica que seria viável a substituição por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e o pagamento de fiança. As questões levantadas hoje pelo Ministério Público Federal se referem ao processo e não às medidas cautelares que estavam em discussão”, afirma o advogado do empresário José Carlos Tórtima.
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