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Tribunal libera Temer em Oxford

Por 2 votos a 1, Turma do TRF-2 autorizou viagem do ex-presidente para fazer uma palestra em em entidade ligada a alunos da universidade marcada para próximo dia 15, superando manifestação da Procuradoria e decisão do juiz Marcelo Bretas

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Por Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

Michel Temer. Foto: EFE/Joédson Alves

Por 2 a 1, os desembargadores da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiram que o ex-presidente Michel Temer (MDB) poder viajar à Inglaterra para uma palestra no dia 15, na Oxford Union, entidade vinculada a alunos da universidade. A decisão também contraria parecer da Procuradoria da República no Rio.

O emedebista havia sido convidado para fazer uma palestra na Oxford Union, entidade vinculada a alunos da universidade. No entanto, o juiz da Lava Jato do Rio, Marcelo Bretas, havia negado. Posteriormente, o desembargador Ivan Athié derrubou a decisão liminar.

O mérito do pedido foi julgado nesta quarta, 9, e teve como voto vencido o desembargador Abel Gomes.

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A liminar

Em decisão liminar, o relator, Ivan Athié, já havia afirmado que Bretas fundamentou a decisão 'em sua opinião pessoal sobre a necessidade da prisão cautelar, afastada pelo Superior Tribunal de Justiça'.

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"Em vigente dispositivo constitucional de presunção de inocência, nestes termos, e considerando a relevância para o pais, e sua história, o atendimento ao convite formulado ao paciente por entidade internacional, de relevante importância mundial, defiro a liminar requerida para autorizar a viagem, no período de 13 a 18 de outubro do corrente ano, a fim atender honroso convite formulado por Oxford Union", escreve.

Bretas

O juiz Marcelo Bretas havia barrado a ida de Temer em 18 de setembro. Em sua decisão, afirmou que o 'status de réu (do emedebista), em ações por corrupção, é incompatível com o uso do passaporte diplomático para evento acadêmico'.

Sob a tutela de Bretas correm ações contra Temer no âmbito da Operação Descontaminação, que mira supostas propinas e desvios em contratos da Usina de Angra III.

As acusações da Procuradoria dão conta de que empresas do amigo de longa data do ex-presidente, João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, teriam sido utilizadas para lavagem de dinheiro, em contratos com a Eletronuclear.

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COM A PALAVRA, EDUARDO CARNELÓS, DEFENSOR DE TEMER "A decisão faz justiça e impede a consumação de uma humilhação que não faria nenhum sentido, sob nenhum ponto de vista, muito menos jurídico, e o presidente, então, vai poder atender a um convite que foi feito com mutos elogios a ele."

"A entidade que convidou o presidente sabia perfeitamente de tudo o que já aconteceu com ele, que foi preso e tem processo, e mesmo assim fez o convite com muitos elogios a ele."

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