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Três orientações para o replanejamento financeiro da sua empresa neste 2º semestre

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Por Beatriz Machnick
Atualização:
Beatriz Machnick. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O segundo semestre do ano se aproxima - esse é o momento de seguir ou redefinir a rota. A pergunta que deve ser feita é: a sua empresa está conseguindo cumprir as metas estipuladas? Independente da área de atuação, a definição de um planejamento financeiro estratégico semestral, anual ou em longo prazo é determinante para a sustentabilidade de qualquer negócio. Cabe aqui aquela frase de Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas: "para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve".

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O fato é que em um ano de incerteza econômica, repleto de desafios para a maioria das organizações, o planejamento torna-se ainda mais decisivo para a saúde financeira e equilíbrio de custos, despesas e investimentos.

E agora, na metade do ano, é o momento certo para validar as estratégias, o que está indo bem e o que não está, o que pode ser reajustado para atingir melhores resultados. Se houver necessidade, ainda há tempo de um replanejamento.

Para ajustar esse planejamento, duas questões podem ser feitas. A primeira delas é: você está satisfeito com os resultados da empresa neste primeiro semestre? E a segunda é se você sente que está no caminho certo, porque a direção é mais importante do que a velocidade. Se a resposta for não para qualquer uma delas, então, esse é momento exato para rever o seu primeiro semestre, pois ainda há tempo de fazer as correções necessárias.

Mas afinal, no momento do planejamento financeiro, onde você deve focar a sua atenção? A resposta está na lucratividade. Você cresceu em lucro ou apenas em faturamento? Muitas vezes, a receita cresce e os sócios têm a sensação de que o negócio está indo bem. Contudo, se a empresa não está crescendo no lucro final, significa que a demanda está maior, seja na produção ou prestação de serviços, porém o aumento não está refletido no resultado financeiro. Se esse é o seu caso, algum gargalo existe e ele só poderá ser identificado e corrigido por meio da análise dos números, que precisa ser assertiva.

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Então, fique atento aos custos e despesas, ou seja, quanto custa gerar o faturamento? Pode ser uma pergunta que não soa legal, mas ela faz sentido no fim das contas, uma vez que você desembolsa custos e despesas para gerar um determinado faturamento. Então, saiba como está o controle desses dois itens e entenda a gestão deles.

Sintetizando, as três dicas para quem almeja um planejamento assertivo para o 2° semestre são: organização operacional, gerencial e formação do preço. A organização operacional, por exemplo, são as contas a pagar e receber, gestão de inadimplência, gestão de fluxo de caixa. Aqui, é importante deixar claro a necessidade de capital de giro. Uma outra questão óbvia, mas que nem sempre é seguida pelos sócios, é fazer a separação das finanças pessoais e do negócio.

A gestão gerencial é o segundo ponto que precisa estar claro. Pare, pelo menos uma vez ao mês, e olhe o resultado econômico e financeiro do seu negócio. O resultado econômico é feito pelo o que chamamos de regime de competência. O que a empresa gastou no mês versus o que ela faturou no mesmo período. Aqui, os sócios conseguem analisar a viabilidade econômica do negócio - por exemplo, o faturamento é maior do que os custos e despesas necessários para a produção do produto ou serviço? A outra análise é financeira, ou seja, o que entrou e saiu do caixa dentro do período avaliado.

A partir dessa análise econômica, a empresa pode apontar lucro, mas ter problemas de caixa, por exemplo. Uma empresa não "quebra" pela falta de lucro, e sim por falta de caixa. Por isso, entender essa diferença é muito importante.

Por fim, a terceira organização para um planejamento assertivo é a formação do preço. Como você chega ao preço final repassado ao cliente? Seja de produto ou serviço, tenha clareza de como está a margem de lucro - é essencial ter uma gestão adequada em cima dessa margem. Se a sua empresa está tendo prejuízo, é necessário corrigir o percurso, pode ser que o seu custo e despesa estão altos demais para gerar um faturamento positivo. Essa é também uma oportunidade para rever a formação do preço.

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Feito isso, ainda há mais 6 meses pela frente para você reerguer o financeiro, trazendo sustentabilidade para a sua atividade.

*Beatriz Machnick é contadora, especialista em Controladoria e Finanças, mestre em Governança e Sustentabilidade. É pioneira da metodologia de Formação de Preços na Advocacia e palestrante na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). É sócia-fundadora da BM Consultoria em Precificação e Finanças. Autora dos livros Gestão Financeira na Advocacia - Teoria e Prática (2020), Valorização dos Honorários Advocatícios - O Fortalecimento da Advocacia através da Gestão (2016) e Honorários Advocatícios - Diretrizes e Estratégias na Formação de Preços para Consultivo e Contencioso (2014)

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