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Transformação digital e novos indicadores impulsionarão as empresas

Por Hamilton Ibanes
Atualização:
Hamilton Ibanes. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O senso de urgência provocado pelo choque da pandemia pôs em xeque estratégias e práticas das empresas, mas também acelerou algumas tendências. E em meio a adaptações a uma crise ainda em andamento, as empresas e sua governança são desafiadas a adotar novos instrumentos e uma teia de novos indicadores para manterem-se competitivas na era digital e num mundo em constante mudança.

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Tendo a tecnologia assumido a linha de frente no cenário da crise da Covid-19, é propício buscar o aprimoramento nessa direção e resolver gargalos. O Brasil já dispõe do ferramental da era da informação, onde as pessoas se comunicam digitalmente e tem acesso a um grande volume de informações, mas pode avançar mais. É necessário se voltar para o exemplo de países como o Japão, que debatem as características da sociedade 5.0 desde 2016 e caminham mais rapidamente para um novo modelo de organização social, com o uso do Big Data, da Inteligência Artificial (IA) e da Internet das Coisas (IoT) para criar soluções e atender as necessidades humanas.

As organizações que não alavancarem a velocidade da informação com a tecnologia mais inteligente para a tomada de decisão tenderão a rapidamente perder poder de competitividade para a concorrência. O quanto antes pudermos assimilar as inovações à disposição, será possível melhorar os resultados da governança corporativa moderna nas empresas, garantindo que o processo deliberativo dos conselhos de administração acompanhe as transformações dos negócios.

Assim como a tecnologia tem auxiliado na reviravolta da pandemia, a adoção de novos parâmetros são outra trilha para prosperidade das organizações. Cada vez mais, o ambiente de negócios tem sido avaliado de acordo com as melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), que têm requerido das empresas uma melhor resposta quanto à transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.

O alto desempenho das companhias tende a levar em conta o ESG, como indicadores que lançam novas regras para o mercado, valorizam as companhias e têm influenciado o foco dos investidores. Sua importância também reflete a proximidade das empresas com a sociedade e o mundo ao redor por conta da ampliação do acesso à informação.

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A interligação dos assuntos que afetam o planeta adentra as estratégias empresariais também pela porta do mercado de trabalho. As diferentes gerações que a compõem, principalmente a mais jovens, estão interessadas nos debates sobre a equidade, que abordam temas como gênero, raça e etnia, e as companhias precisam abrir espaços para incluí-las. Por sua vez, as pessoas mais experientes precisam passar por processos de reciclagem e novos aprendizados. Em 2017, um estudo da Organização das Nações Unidas revelou que em 2100 cerca de 37% da população mundial terá mais de 60 anos.

Em outro levantamento, realizado pela consultoria RSM em parceria com a companhia YouGov, em junho de 2019, mostra que 41% dos entrevistados acreditam que o convívio entre gerações aumenta o risco de conflito. Já 54% dos pesquisados disseram que gerenciar os colaboradores é um grande desafio. Por outro lado, 66% das pessoas entendem que contato entre gerações aprimora a base de conhecimento e competência e 71% acreditam que o convívio é benéfico e traz visões contrastantes para as organizações.

Como podemos perceber, crises globais afetam a dinâmica de toda a sociedade e acabam exigindo uma postura do mundo corporativo. No nível empresarial, esta é uma oportunidade de desenvolver a resiliência e velocidade nas tomadas de decisões para se adaptar neste momento difícil. Isso requer o empenho das empresas na mudança de processos e no impulsionamento com novas abordagens e tecnologias, até como forma de se reinventar para o presente e o futuro. Isso vale para contornar os desafios, para manter-se na concorrência e, principalmente, para estar mais preparado para uma realidade às vezes inimaginável.

*Hamilton Ibanes é consultor da MESA Corporate Governance

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