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Terceiro dia de depoimentos: PF ouve Carla Zambelli, Carlos Oliveira e Alexandre Saraiva

Deputada federal deverá esclarecer a troca de mensagens com o ex-ministro Sérgio Moro às vésperas de sua saída do cargo; já os delegados tem envolvimento com a primeira crise pública entre o ex-juiz e o presidente Jair Bolsonaro no ano passado

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Por Pepita Ortega
Atualização:

A deputada federal Carla Zambelli, o delegado Carlos Oliveira e o chefe da PF no Amazonas Alexandre Saraiva. Fotos: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados; Sinpefpe/Divulgação; Wérica Lima/ Inpa Foto: Estadão

A deputada federal Carla Zambelli (PSL) e os delegados Carlos Henrique Oliveira de Sousa e Alexandre da Silva Saraiva vão prestar depoimento à Polícia Federal em Brasília na tarde desta quarta, 13, no âmbito do inquérito sobre suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na corporação. As oitivas marcam o terceiro dia de depoimentos na investigação sobre as acusações feitas pelo ex-ministro Moro ao deixar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.

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Ex-chefe da Polícia Federal do Rio, Carlos Henrique de Oliveira Sousa assumiu o posto na superintendência fluminense após a exoneração do delegado Ricardo Saadi em 2019, pivô da primeira crise pública entre Bolsonaro e Moro. Este último prestou depoimento à PF na segunda, 11, afirmando que sua saída do comando da corporação fluminense foi antecipada em agosto do ano passado a pedido e sem justificativa clara.

Nesta quarta, 13, foi publicada a nomeação de Carlos Henrique Oliveira como o diretor-executivo da PF, se tornando o número dois do novo diretor-geral Rolando Alexandre de Souza. Quem ficará no comando da corporação fluminense é o delegado Tácio Muzzi, que já coordenou a Lava Jato no Estado e chegou a assumir interinamente o cargo de superintendente no ano passado - antes da entrada de Oliveira.

O delegado Alexandre da Silva Saraiva também teve envolvimento com a crise na PF do Rio ano passado. Após antecipar a troca na PF do Rio e depois de a corporação apontar Carlos Oliveira para a vaga, Bolsonaro afirmou que 'ficou sabendo' que Saraiva, amigo dos filhos do presidente, iria assumir o posto na superintendência fluminense. Em nova entrevista, horas depois, baixou o tom. "Eu sugeri o de Manaus. Se vier o de Pernambuco não tem problema, não", afirmou.

Já a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) deverá esclarecer a troca de mensagens com ex-ministro em que pede ao ele aceite a mudança na direção-geral da PF solicitada por Bolsonaro e, em troca, diz que se comprometeria 'a ajudar' com uma vaga no STF.

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Das oitivas determinadas pelo ministro Celso de Mello, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, resta somente a do ex-chefe da PF em Minas, Rodrigo Teixeira. O delegado prestará depoimento nesta quinta, 14, em local ainda não definido.

Vídeo 'devastador'

O segundo dia de uma semana importante para o inquérito sobre suposta tentativa de interferência política de Bolsonaro na PF foi marcado pelos depoimentos de três ministros palacianos - Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) - e as repercussões da exibição do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, peça chave da investigação.

Fontes que acompanharam nesta terça-feira, 12, a exibição do vídeo avaliam que o conteúdo da gravação 'escancara a preocupação do presidente com um eventual cerco da Polícia Federal a seus filhos'. Os investigadores avaliam que o material é 'devastador' para o presidente.

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