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Temer, união e governabilidade

Por Ney Lopes
Atualização:
Ney Lopes. FOTO: ALEX SILVA/ESTADÃO Foto: Estadão

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mobiliza lideranças relevantes de sua base mais fiel, em torno dos atos que promove para o próximo dia 7 de setembro, especialmente em Brasília e São Paulo.

O risco provável será "mirar" o judiciário e aumentar tumultos.

Aí mora o perigo.

Entretanto, cautelas estão sendo adotadas.

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Há um esforço gigantesco de várias forças políticas para restabelecer o diálogo entre os poderes.

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Caso as evocações ao 7 de setembro, se limitem à normalidade, os atos de mobilização em si nada desabonam a democracia, desde que respeitados os parâmetros legais.

A propósito de normalidade e união nacional há que ser destacado, por justiça, a entrega a Fundação Ulysses Guimarães do documento peemedebista intitulado "Todos Por Um Só Brasil", obra que servirá como base para as discussões internas da sigla com vistas às eleições de 2022.

A iniciativa oportuna é do ex-presidente Michel Temer, realmente um nome de expressão e de dignidade na política nacional.

O documento contou com a participação de especialistas nas áreas de educação, economia e desenvolvimento, social que marcaram presença na série de debates virtuais "O Brasil precisa pensar o Brasil".

A análise do ex-presidente Temer é concisa e objetiva ao afirmar que "não vejo riscos para a democracia. Não há a menor condição para isso. Uns podem acreditar, mas eu não. As instituições estão sólidas, consolidadas.

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"Só há risco à democracia se tiver a Forças Armadas desejosas disso. E não há. Convivi muito com as Forças Armadas e posso dizer que são obedientes à Constituição e jamais patrocinarão qualquer golpe. A sociedade está unida em defesa da democracia".

Michel Temer é um quadro respeitável da política brasileira. Mostrou que tem vida limpa.

Diplomata, ético, erudito, dialoga com todos, busca soluções.

O MDB escalou uma equipe de estudiosos que elaborou esse estudo aprofundado sobre o posicionamento de centro, e as experiências partidárias, tanto na economia como na área social.

A ação agregadora liderada por Michel Temer faz questão de lembrar que o partido é contra qualquer radicalização política, dentro de todo o espectro político.

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O ex-presidente acredita ser importante o fato de o partido apresentar um documento com suas propostas para o Brasil em vez de "vulcanizar" o processo eleitoral e tendo de adaptar o partido às ideias prévias de um candidato.

O fundamental dessa articulação será a possibilidade de Temer juntar Bolsonaro e Alexandre de Moraes num diálogo democrático e de governabilidade.

Nada fácil, mas possível.

Isso ajudaria muito a pacificação no país, nessa fase conturbada de pré-eleição.

O trabalho sério de Temer é fecundo e esperamos que tenha sucesso, em favor do Brasil.

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*Ney Lopes, jornalista, ex-deputado federal, ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da CF, presidente do Parlamento Latino Americano, professor de Direito Constitucional da UFRN, procurador federal e advogado

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