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Temer reassumiu PMDB para 'controlar recursos', diz Machado

Doação de R$ 40 milhões do grupo JBS a senadores do PMDB, em 2014, a pedido do PT, provocou ciumeira de parlamentares da legenda na Câmara, forçando intervenção do hoje presidente em exercício, segundo delator da Lava Jato

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Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Fausto Macedo , Mateus Coutinho , Ricardo Brandt , Isadora Peron e Gustavo Aguiar
Atualização:

Em um dos termos de sua delação, denominado 'acordo PMDB-PT', o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) reassumiu a presidência da legenda, em 2014, para 'controlar a destinação dos recursos do partido'. Sérgio Machado narrou uma suposta reclamação da bancada peemedebista na Câmara sobre uma doação de R$ 40 milhões do grupo alimentício JBS aos senadores do partido.

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O depoimento de Sérgio Machado foi prestado em 6 de maio.

"Essa informação chegou ao conhecimento da bancada do PMDB na Câmara; que bancada da Câmara foi se queixou a Michel Temer; que esse fato fez com que Michel Temer reassumisse a presidência do PMDB visando controlar a destinação dos recursos do partido; que o depoente não sabe dizer se o grupo JBS obteve algum favorecimento em troca dessa doação", relatou.

 Foto: Estadão

A doação milionária para o PMDB teria sido pedida pelo PT, segundo Sérgio Machado, para as eleições de 2014. À época, PT e PMDB eram unha e carne e disputavam juntos a Presidência da República, com a petista Dilma Rousseff e o peemedebista Michel Temer.

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"O depoente ouviu de diversos senadores nas reuniões na casa do Renan que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões; que essa informação foi posteriormente confirmada ao depoente pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, ou seja, que este grupo empresarial iria fazer doações no valor de R$ 40 milhões à bancada do Senado do PMDB, a pedido do PT, nas eleições de 2014", relatou Sérgio Machado.

"Esse valor era apenas para a bancada do senado; que essa doação seria fei por meio da JBS; que, no que diz respeito ao PMDB, seriam conte lados por doações da JBS diversos senadores, dentre os quais: Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rêgo, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Roberto Requião e outros; que não sabe dizer quem do PT receberia esse apoio da JBS."

COM A PALAVRA, MICHEL TEMER

"Em toda vida pública, o presidente em exercício Michel Temer sempre respeitou os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais. Jamais permitiu arrecadação fora dos ditames da lei, seja para si, para o partido e, muito menos, para outros candidatos que apoiou em disputas. É absolutamente inverídica a versão de que teria solicitado recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado - pessoa com quem mantinha relacionamento apenas formal e sem nenhuma proximidade."

COM A PALAVRA, A JBS

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A JBS reitera que as doações para campanhas eleitorais foram realizadas de acordo com as regulamentações do TSE. A empresa esclarece que o seu diretor de Relações Institucionais não participou de nenhuma reunião e lamenta que mais uma vez a empresa esteja envolvida em acusações que agridem, de forma infundada, sua imagem, marcas, reputação e conduta ética.

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