Em resposta às perguntas elaboradas pela Polícia Federal na investigação que apura um suposto esquema de corrupção no Porto de Santos, o presidente Michel Temer afirmou que já realizou negócios com o advogado e ex-assessor da Presidência da República José Yunes.
"Como o dr. José Yunes, durante algum tempo, além de advogado, dedicou-se ao ramo imobiliário e de construções, realizei alguns poucos negócios nesta área por seu intermédio", afirmou Temer, destacando que, em sua visão, a pergunta sobre possíveis negócios com Yunes é "impertinência em face do objeto do inquérito".
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A PF enviou 50 perguntas ao presidente no âmbito do inquérito sobre o decreto dos Portos. O presidente respondeu nesta quinta-feira, 18, por escrito.
A PF indagou de Temer se teve conhecimento sobre o caso no qual, supostamente, o corretor Lúcio Funaro mandou entregar recursos financeiros para José Yunes.
O presidente responde que soube disso por meio da imprensa e, posteriormente, por meio do próprio Yunes, que negou 'enfaticamente' os fatos.
A origem, os valores e o destino destes supostos recursos também foram interrogados pela PF, mas Temer não responde a estas questões, uma vez que diz que o possível repasse foi negado por Yunes.
Temer ainda nega que tenha solicitado a Yunes, ou a Loures, ou ao coronel João Baptista Filho que recebessem recursos em seu nome em retribuição pela edição de normas contidas no Decreto dos Portos, quando a PF pergunta especificamente sobre estes nomes, e uma possível retribuição pela edição de normas contidas decreto.
"Reitero a agressividade, o desrespeito e, portanto, a impertinência, por seu caráter ofensivo, também dessa questão, tal como das anteriores", completa Temer.
O presidente também precisou esclarecer sobre sua relação com Yunes.
"A longa amizade criou um grau de confiança entre nós, de maneira que o sr. José Yunes me auxiliou em campanhas eleitorais, mas nunca atuou como arrecadador de recursos", disse o presidente.