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Tecnologia a serviço da saúde: como o Einstein está levando inovação ao SUS

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Por Sidney Klajner
Atualização:
Sidney Klajner. FOTO: FABIO H. MENDES/E6 IMAGENS Foto: Estadão

Inovação. Um conceito variável e extremamente abstrato dentro de suas enormes possibilidades. E quando se fala desse tema na área da saúde é necessário um olhar atento para a importância de exercitá-lo em múltiplos aspectos.

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Desde a sua fundação, o Einstein foi pioneiro em diversas dimensões: foi a primeira organização de saúde a estabelecer métricas de qualidade, que trouxeram melhoria de processos hospitalares. Nessa mesma linha, foi a primeira organização fora dos Estados Unidos a ser acreditada pela Joint Commission, em 2009, uma quebra de paradigmas e uma transformação da cultura de qualidade e segurança. Posto tudo isso, o Einstein passou a criar métodos e soluções para o aperfeiçoamento tanto da parte processual, quanto da clínica. Como exemplo, foi também o primeiro hospital a oferecer uma sala híbrida, que consiste em uma sala cirúrgica equipada com recursos avançados para procedimentos minimamente invasivos, que são menos traumáticos aos pacientes.

Há três anos, foi criada a Eretz.bio, uma incubadora de startups que marcou o início de outra mudança de cultura dentro do hospital. Esse centro de desenvolvimento de tecnologia possibilitou a atração de startups cuja contribuição de inovação vai permeando todas as áreas, como a assistencial, ensino, áreas de suporte, e até mesmo a capacitação de profissionais, o que vem sendo essencial durante a pandemia.

Porém, o conhecimento não deve ficar restrito a apenas ao Einstein. Por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), que envolve o Ministério da Saúde, o Einstein e outros quatro hospitais de ponta, foram desenvolvendo diversas iniciativas que contribuem para levar inovações para o dia a dia do SUS. Nesse sentido, é importante destacar a própria criação do PROADI-SUS, um Programa estruturado que tem o objetivo de levar o melhor da iniciativa privada para o fortalecimento do SUS, que tem um forte caráter inovador.

Um dos nossos projetos está apoiando o SUS em um dos setores mais desafiadores, de apoiar a transformação digital e gestão de dados em um sistema de saúde grande e complexo. Nesse contexto, estão sendo utilizadas ferramentas de Big Data para a integração dos dados de diferentes áreas e sistemas. O uso de inteligência artificial vem viabilizando o uso de dados de forma mais eficiente para a tomada de decisão pelos gestores de saúde.

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Além de otimizar a gestão, a tecnologia também é capaz de encurtar distâncias. Em 2012, o Einstein foi pioneiro na implantação da telemedicina no Brasil, modalidade que permitiu mudar paradigmas no atendimento a pacientes em locais remotos. Por meio do PROADI-SUS, está sendo levado atendimento à saúde via telemedicina para 120 municípios da região norte, possibilitando o contato do médico da atenção primária com especialistas do Einstein em diferentes áreas adultos e pediátricas.

Para o enfrentamento da COVID-19 aumentou-se os leitos de terapia intensiva de 180 para 500 no projeto de TeleUTI, permitindo a acompanhamento à distância dos casos de insuficiência respiratória por um médico especialista em hospitais com carência desse profissional em várias regiões do Brasil. Em um ano marcado pela pandemia, centenas de pacientes puderam ser acompanhados à distância, fator essencial para o monitoramento de idosos com doenças crônicas.

E é nesse ritmo que se busca levar a excelência ao Sistema Único de Saúde. Muito se fala sobre como a transformação digital pode proporcionar mais acesso e atendimento de qualidade para os usuários do SUS. Vejo a transformação digital como uma ferramenta capaz de ajudar os profissionais de saúde nessa jornada.

Dentro do Einstein, já se utilizam algoritmos que são capazes de prever se um paciente terá uma piora da sua condição de saúde nas próximas horas, recurso que pode ser aplicado também a hospitais públicos. Os hospitais do PROADI-SUS estão constantemente em contato com o Ministério da Saúde para identificar necessidades e oportunidades para o uso de novas tecnologias para melhorar o atendimento dos usuários.

O ano de 2020 evidenciou a relevância do sistema público para a sociedade brasileira. O sistema de saúde é um caso de sucesso e a cooperação entre o sistema público e privado mostrou ser capaz de atender cada um dos 210 milhões de brasileiros. No entanto, o maior desafio é garantir ainda mais eficiência e qualidade ao sistema de saúde brasileiro.

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Inovar é um caminho para tornar o SUS ainda mais sustentável, forte e acessível a todos os brasileiros.

*Sidney Klajner é presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

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