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Suíça enviou provas à Lava Jato sobre contas secretas de ex-gerente da Petrobrás

Acordo de cooperação internacional possibilitou rastreamento de parte das propinas arrecadas por Roberto Gonçalves, preso na Operação Paralelo, 39ª fase das investigações

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Foto do author Luiz Vassallo
Por Julia Affonso , Luiz Vassallo , Mateus Coutinho e Ricardo Brandt
Atualização:

 

 

Documentos enviados pela Suíça, parte de acordo de cooperação jurídica internacional com o Brasil, embasaram o pedido de prisão do ex-gerente de Engenharia da Petrobrás Roberto Gonçalves, alvo da Operação Paralelo, 39ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, 28.

Segundo investigação criminal da Suíça, Roberto Gonçalves teria apresentado ao Banco Societe Generale documentos falsos para justificar os depósitos na conta em nome da offshore Fairbrigde Finance SA, 'especificamente um contrato de consultoria'.

Gonçalves teve prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em Curitiba. Ele sucessor de Pedro Barusco, na Engenharia, área estratégica na Petrobrás, por controlar todas as grandes obras, que era cota do PT.

 

Barusco fez acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, em 2015, e confessou arrecadar propinas de 1% a 2% nos contratos para ele, para o ex-diretor de Serviços Renato Duque e para o PT. Gonçalves, teria dado continuidade aos esquemas de corrupção.

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"Ele apresentou ao Banco SG um contrato de consultoria correspondente, porém, não assinado. No entanto, conforme fontes públicas, a Avantec não está relacionada a Gonçalves, mas a Rogério Araújo, diretor da Odebrecht. Por esse ou outros motivos, as declarações prestadas por Gonçalves perante o Banco SG sobre o contexto econômico dos pagamentos recebidos parecem ser falsas, uma vez que não é razoável acreditar que Gonçalves realmente tenha prestado serviços de consultoria legal à Odebrecht", destaca o documento suíço.

Roberto Gonçalves chegou a ser preso temporariamente em novembro de 2015, na Lava Jato. Na época, a custódia não foi convertida para preventiva e o ex-gerente foi solto, depois de 10 dias detido. De acordo com Moro, naquela ocasião, ainda não havia "carga probatória suficiente, o que só foi somente agora satisfeito com a vinda da documentação das contas na Suíça".

 

 
 

O magistrado ainda pontuou que ainda não havia indícios de que Gonçalves 'durante as apurações na Operação Lava Jato', havia, 'praticado novos atos de lavagem, apresentado documentos falsos ao Banco na Suíça para justificar as movimentações, e dissipado parte dos ativos mantidos no exterior'.

"A prova nova e o surgimento superveniente dos fundamentos da prisão preventiva autorizam a sua decretação ainda que não tenha sido ela requerida ou decretada anteriormente", conclui Moro.

 

 

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